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A Caça

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A CAÇA

Victor está em uma sala. Um espaço vazio e infinito. Parece outra dimensão. Está escuro, como se fosse noite e chove muito. Alguém o está acompanhando há dias. Não se sabe quem é. É impossível uma aproximação. O ‘monstro’ mantém uma equidistância.

Victor: Passei dias caminhando a esmo e o silêncio solene desse glorioso lugar só era rompido pelas ondas ruidosas da queda de algum fragmento grande, ao longe, pelo barulho estrondoso que se reverberava. A chuva caía torrencialmente, e um nevoeiro espesso escondia o horizonte daquele lugar, de modo que eu nem mesmo via o rosto daquele terrível monstro causador de grande parte de meus infortúnios e de minha desgraçada vida. O que eram, para mim, a chuva e a tempestade? Minha mula foi trazida a minha porta, e deveria eu, sozinho, sustentá-la. Depois de muitos dias, correndo atrás daquele odioso ser, na esperança de destruí-lo, da mesma forma que o havia criado, desisti. Desisti de tal empreitada, porque o demônio mantinha uma mesma distância impossível de vencê-la. Após dias, me dei conta de que aquele lugar me sugeria que repousasse em paz. Um lugar de descanso. Aprendi a desfrutar daquele magnífico e sublime lugar. Tinha o efeito de transportar minha mente para um estado solene e fazer com que eu esquecesse as preocupações passageiras da vida.

Descansamos; os sonhos nos envenenam o sono.
 Levantamos; um pensamento fortuito corrompe-nos o dia.
Sentimos, imaginamos ou raciocinamos; sorrimos ou choramos.
 Aceitamos nossos pesares, ou afastamos nossas preocupações;
Tanto faz: pois a alegria, assim como a tristeza,
 Sempre encontra livre o caminho de partida.

O dia de ontem talvez não venha a ser como o amanhã;
 Nada permanece, exceto a inconstância!

Silêncio. Vazio. Tempo. Chuva piora. Há relâmpagos rasgando o ‘céu’. Uma verdadeira tempestade, que parece ir destruir o espaço. Victor aflito e com um crescente sentimento de angustia no peito, exclama:

- Espíritos errantes, se de fato estão vagando, e não repousam em suas camas estreitas, permitam que eu tenha  esta tênue felicidade ou levem-me como seu companheiro para longe das alegrias da vida.

Subitamente o vulto do ser, há alguma distância, avança em direção à Victor com uma velocidade sobre-humana. Os pedaços dessa sala começam a desmoronar. O gigante homem se aproxima cada vez mais de Victor. O olhar de Victor começa a escurecer, ficar turvo. O homem está cada vez mais perto de Victor, quando se pode enfim, se vê quem é. É o próprio Victor, com aparência monstruosa. Nesse momento Victor cai e desmaia. Silêncio. Tudo se apaga.
Victor Frankensein acorda num sobressalto, assustado, de um terrível pesadelo.

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