30 de Dezembro
Alguém sabe o que é passar o dia inteiro dentro de um lugar onde você tem todas as possibilidades para criar, imaginar, errar e construir? Um lugar esse contaminado de experimentos, exercícios e com um passado desbravador? Se eu falar para vocês que dentro desse lugar a pessoa não sente o tempo passar, não tem vontade de ir ao banheiro, beber água e as vezes quando tá muito bom, com ritmo e energia a fome nem bate na porta, vocês acreditam? Pois é meus amores esses quatro dias de treinamento foi fascinante para mim. Nesses maravilhosos dias vou vendo aos poucos a gestação de "Por que Hécuba".
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23 de Dezembro
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22 de Dezembro
Quem disse que domingo marujo não trabalha? Em pleno domingão no Teatro Vila Velha alguns marinheiros comandados pelo Capitão Nemo, entoaram algumas canções de 9 às 13 horas. Palma sempre no pé direito, os recrutas fizeram o percurso conturbado. Tiraram as cadeiras, varreram e passaram pano no tablado, limparam as galerias, deslocaram os praticáveis a todo momento na regência do seu Capitão. A enregia e determinação era tão forte que na praça da piedade as pessoas escutavam as cantigas: "Ai ai mamãe | o que é que eu tô fazendo aqui?
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21 de Dezembro
Pois é galerinha para quem não sabe hoje a LIVRE faz 10 meses de vida. É pouco tempo, mas não tira nosso mérito de pesquisa e trabalho. Estamos há dez meses nessa labuta interminável. Nesses vitoriosos dez meses venho descobrindo como é importante a sustentabilidade e a formação de plateia, dentre outras coisas que significam muito para a sobrevivência do nosso querido Teatro Vila Velha. Falo isso por que tenho medo. Medo que a nossa LIVRE não perdure por bastante tempo. Medo que a "Utopia" o motivo maior de todos nós aqui no Vila, vá para o esquecimento, como as ideias mirabolantes sem atitude, força e coragem.
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A Caça
A CAÇA
Victor está em uma sala. Um espaço vazio e infinito. Parece outra dimensão. Está escuro, como se fosse noite e chove muito. Alguém o está acompanhando há dias. Não se sabe quem é. É impossível uma aproximação. O ‘monstro’ mantém uma equidistância.
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JUSTINE NO CADAFALSO
JUSTINE NO CADAFALSO
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VITOR E A CIÊNCIA - Vitor encontra Paracelso
VÍTOR ENCONTRA PARACELSO
Participantes: Jean Pedro (Vítor) e Lucílio Bernardes (Paracelso)
PARACELSO medita, olhando a chama de uma vela que está sobre uma mesa.
PARACELSO - Deus, vos peço, me mande um discípulo.
VÍTOR entra.
PARACELSO – Sente-se, meu jovem. (Pausa). Lembro-me de rostos do Ocidente e de rostos do Oriente . Não me lembro do seu. Quem é você e o que deseja de mim?
VÍTOR - O meu nome não importa. Três dias e três noites caminhei para entrar em sua casa. Quero ser seu discípulo. Trago para você todos os meus bens.
VÍTOR coloca um saco de moedas sobre a mesa. PARACELSO dá as costas, VÍTOR exibe nas mãos uma rosa.
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Triângulo e Família
Cena - 1
(Clerval contando uma história para Elizabeth. Victor está concentrado com os seus estudos.)
Clerval: Na Idade Média, época em que todas as mesas eram compridas, a Távola surpreendia as pessoas: "Por ser redonda, ela não tinha nem cabeceira alta, nem cabeceira baixa; por isso, todos sentavam em volta dela como iguais". Ao seu redor, sentaram-se os cavaleiros que tinham um ponto em comum: juraram ser honrados em toda e qualquer situação e dedicar-se incansavelmente à busca do Graal, uma taça misteriosa que havia contido o sangue de Cristo. A Távola Redonda foi um presente do mago Merlin ao.....
Victor: Rei Arthur.
Elizabeth: Tá prestando atenção aqui ou ali?
Victor: Nos dois.
Clerval: Então fala para gente o número de cavaleiros do rei.
Victor: 12.
Clerval: Quem te falou isso?
Victor: Você. Clerval conta tanta história, que esquece o que disse no outro dia.
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Morte de William
Morte de William
Cena – 1
Lindberg um dos criados da casa dos Frankenstein vai até a cozinha onde Wilma uma das cozinheiras da Mansão prepara alguns bolinhos para os convidados.
Lindberg: E então esses bolinhos sai ou não sai?
Wilma: Que tanta fome é essa? Você não pode esperar não?
Lindberg: Já é a terceira vez que eu venho aqui e esses bolinhos não estão prontos.
Wilma: Primeiro que esses bolinhos nem para você é. Segundo fale baixo comigo.
Lindberg: Eu não estou falando alto.
Wilma: Está sim que eu não sou maluca.
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