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Distopia Curitibana

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Distopia Curitibana

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

DISTOPIA CURITIBANA

CURITIBA

2013

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

Desenvolvimento de artigo para a disciplina de Hipermídia, orientado por Rodrigo Freese Gonzatto.

Felipe Liber Zanella

CURITIBA

2013

SUMÁRIO

1.    INTRODUÇÃO ________________________________________ 4

2.    DESENVOLVIMENTO ___________________________________ 5

3.    REFERÊNCIAS ________________________________________ 23

INTRODUÇÃO

O objetivo desde artigo é abordar e compreender os tipos de utopias e distopias usadas no cinema. Curitiba e suas características, o conceito e projeto do Museu Oscar Niemayer e a relação do gás natural entre a Bolívia e o Brasil para enfim, desenvolver as questões de Hipermídia e visões de futuro.

É interessante ver os limites que a imaginação humana consegue dar para as relações entre as pessoas e como em alguns casos alarmantes chegamos bem perto do que foi imaginado. Ultimamente, o termo vem sendo utilizado cada vez mais para caracterizar filmes, livros e séries, mas ainda não é muito conhecido. Ao mesmo tempo em que alguns não sabem o que quer dizer ou o que o denomina, outros usam a torto e a direito na tentativa de tornar alguns produtos mais vendáveis. O problema todo é que, a palavra distopia não foi criada com o intuito de descrever um estilo específico de obras ficcionais e sim num discurso político. Dizem que um dos usos da história é entender o presente, então é fundamental sabermos o contexto em que o termo foi criado para poder entendê-lo.

Em 1829, o Reino Unido reconheceu a Irlanda como parte de seu território, mas não lhe deu liberdade para tomar suas próprias decisões. Assim, a Irlanda possuía assentos no Parlamento onde as decisões eram tomadas, mas era praticamente como se os britânicos os governassem. Os problemas entre os dois territórios não são recentes, mas é durante esse período que a maior parte dos movimentos rebeldes (como o IRB, predecessor do IRA) surge. Em 1867, o IRB promove uma tentativa levante contra os britânicos que dá errado e o governo toma medidas drásticas contra eles. É durante uma das reuniões sobre a questão da Irlanda que surge o termo distópico, usado pelo Mill. Ele diz:

“Posso ser a permissão, como um que, acostumado com minhas qualidades, foi submetido ao cargo de ser utópico, para parabenizar o Governo em ter-se juntado a essa ótima companhia. É, talvez, muito elogioso chamá-los de utópicos, pois eles podem muito bem ser distópicos ou cacotópicos. O que é normalmente chamado de utópico é algo bom demais para ser praticado, mas o que eles preferem parece ser ruim demais para ser praticado.”

O contexto é claro: as ações e intenções do governo têm sido tão ruins, que ele é o oposto de uma utopia. Mas prestem bastante atenção: no caso, as coisas ruins são as coisas que são contra as ideias de Mill. Ele defende a liberdade pessoal e não a opressão de estado defende a igualdade entre as pessoas e não a superioridade. No discurso em que essa frase aparece, ele faz toda uma análise da relação do reino Unido e da Irlanda e mostra que eles nunca trataram o outro país com respeito e que, se depender do governo, nunca os tratará. Ele enumera uma série de medidas – de se recusar a comprar gado irlandês a culpá-los de serem atrasados por serem católicos – e procede a dizer o que deve ser modificado para que os ânimos se acalmem no país.

E se você parar para pensar nas obras distópicas – pelo menos nas mais famosas – as sociedades assim chamadas são exatamente o oposto do que Mill defende. Ele também usa cacotópico e ambas as palavras significam a mesma coisa: lugar ruim. Utopia é o lugar bom, ideal, com coisas impraticáveis e a distopia (ou a cacotópia) é a anti-utópia, oposto dela. (Distopia: Uma origem política, Bárbara Morais)

Que tipo de futuro espera a humanidade? E como o cinema imagina esse futuro? A etimologia da palavra utopia consiste em uma tradução dos termos gregos "lugar nenhum" e "bom lugar". Significa a criação de um mundo ideal, fantástico, tão perfeito que não necessariamente existe ou existirá na realidade.

A primeira literatura sobre o assunto se encontra na filosofia: em A RepúblicaPlatão discorre sobre Calípole, uma cidade de organização ideal. É nesse livro que se encontra a famosa alegoria da caverna, que parte do princípio de que existe um mundo ideal que nós, humanos, não podemos reconhecer, por estarmos amarrados a uma caverna, em que somente sombras dessa utopia são apresentadas a nós. A utopia do mundo perfeito é elemento constante na ficção. Como veremos a seguir, mesmo o mundo perfeito deve incluir algum conflito - afinal, é da interseção entre fantasia e movimento que nascem as histórias. Veremos sete tipos de mundos idealizados que podem ser encontrados no cinema:

Tipo de utopia: Ideal

A coleção de séries de TV e dos filmes de Jornada nas Estrelas (Star Trek) apresenta o futuro de perfeição suprema, em que a humanidade uniu-se em busca de demandas mais nobres, como a diligência pelo conhecimento e pela paz. A Frota Estelar é uma armada pacífica, habitada por uma tripulação filantrópica e etnicamente diversa, e as tramas tratam com otimismo de assuntos de valor, como racismo, religião e direitos humanos (e de alienígenas). Além disso, a sociedade dispensou coisas mundanas como o dinheiro, e pode apostar no trabalho como um meio para realmente enaltecer o homem.

Claro, há batalhas, raças e pessoas que ameaçam esse modo de viver. Porém, a espaçonave Enterprise sempre termina dadivosa, depois de aprender alguma lição valiosa. Vale notar que há vários tipos de utopias presentes nos filmes - econômicas, financeiras, tecnológicos - e também há a utopia ecológica, na qual a sociedade aprenderia novos modos de se relacionar com seu ambiente ou com a natureza, em uma tradução da imagem do bom selvagem, frequente em diversas obras, mais recentemente.

Tipo de utopia: Possível

Sabe aquele dizer popular "É bom demais para ser verdade?” Se você encontrasse a sociedade perfeita, você acreditaria que ela realmente existe, ou naufragaria em um sem fim de teorias de conspiração? Pois no filme de 1937 Horizonte Perdido (Lost Horizon), baseado no romance homônimo de James Hilton, o protagonista Robert Conway encontra um tipo de Jardim do Éden depois de um acidente de avião: o vale de Shangri-la. Um local paradisíaco onde ninguém envelhece, e a longevidade era próxima de ser um tipo de imortalidade. Claro, também é proibido abandoná-lo.

Quando Conway descobre que foi trazido propositalmente pelo líder da comunidade para assumir o seu lugar, ele passa a desconfiar do propósito do local e de seu guia. Tentado por outros habitantes para fugir, Robert descobre que, ao sair do vale, sua idade real volta toda ao mesmo tempo. Contudo, enquanto o livro tenta provar o ponto de que a utopia tem seu preço, o filme passa a mensagem de que ela é possível, caso possamos deixar nossos medos de lado.Horizonte Perdido ainda ganhou nova adaptação, em 1973.

Tipo de utopia: Purificada

O pensamento utópico de Isaac Asimov, autor do conto do Homem Bicentenário (que ganhou adaptação cinematográfica em 1999, dirigida por Chris Colombus) e das Leis da Robótica e partes da história do filme Eu, Robô (de 2004, dirigido por Alex Proyas), se dá de maneira histórica. Isto é, o autor está mais interessado em desenhar o trajeto que leva a uma sociedade a ser utópica do que necessariamente descrever detalhadamente como seria este mundo perfeito. Sendo assim, ambos os filmes - embora adaptem um pouco o original asimoviano - não tentam apresentar um paraíso, mas uma comunidade avançada em que tudo parece se encaixar.

O interessante é que a visão mais antropológica deixa espaço para melhorias, e é aqui que os contos tomam forma: é possível encontrar a discussão do que é ser humano, e de como aperfeiçoar a condição humana. O robô que pode ser humano, este é o cerne das obras. Ademais, os conflitos principais não acontecem entre humanos, mas entre humanos e robôs, o que distancia a noção de problemas dentro da raça humana. Isto é, depois de encontrar novas formas de vida, a humanidade pode deixar de se focar em suas questões e abraçar uma visão mais larga da realidade. Uma visão comum da ficção científica utópica, que prima por purificação.

Tipo de utopia: Feminina

Talvez seja novidade para alguns leitores, mas entre as ficções sobre utopias, a feminina é uma das mais proeminentes. Muitos escritores tentam dissertar sobre como ficaria a questão dos gêneros sexuais no futuro, e as tipologias são diversas: há mundos em que só sobraram mulheres, outros em que a função de reprodução não é somente feminina, universos de verdadeira equabilidade entre homens e mulheres; todos eles retratam algum tipo de mudança de uma sociedade paternalista para algo completamente diferente, mais equacionado.

Um dos primeiros escritos encaixados nesse estrato é Frankenstein: ou o Moderno Prometeu, de Mary Shelley. A autora foi influenciada, entre outras inspirações, por sua mãe, que era pesquisadora dos direitos femininos. No livro, e na sua adaptação para o cinema estrelada e dirigida por Kenneth Branagh - Mary Shelley's Frankenstein, de 1994 - o enfoque é a criação de vida de maneira assexuada, por meio de tecnologia. Claro, no filme, o final não é necessariamente feliz para o homem que arrisca a maternidade, mas esta foi uma das primeiras vezes em que o conceito foi aplicado à ficção científica. Vale lembrar que a utopia feminina é a que menos se utiliza de um ponto de vista generalista, o "bom lugar" a partir de uma visão de gênero.

Tipo de utopia: Questionável

Por vezes, toda a sociedade está absolutamente serena em um distante futuro utópico, mas o protagonista da história não se encaixa, ou descobre alguma falha no sistema. Diferentemente de futuros distópicos, em que a utopia é uma exclusividade de poucos privilegiados, nesta versão o idealismo funciona para todos, mas por vezes se prova contrário à própria natureza humana.

Assim como a ironia de haver um lugar "bom" que é ao mesmo tempo um lugar "nenhum", esse tipo de filme quer questionar exatamente o cruzamento entre possível e impossível. Minority Report - A Nova Lei, filme de 2002 inspirado no conto homônimo de Philip K. Dick demonstra esse tipo de utopia. Agente da divisão de pré-crimes, repartição policial que confronta os assassinos antes mesmo de cometerem o crime, apostando em um tipo de oráculo, John Anderton (Tom Cruise) parte em uma demanda pessoal, quando descobre que ele mesmo mataria uma pessoa em menos de trinta e seis horas. Se o sistema é preciso, porque então diz que "nosso herói" na verdade pode ser um criminoso? O tema aqui é determinismo versus livre-arbítrio.

Tipo de utopia: Criável

Como pode um ser humano imperfeito tomar as rédeas da criação de uma sociedade perfeita? Em A Costa do Mosquito (The Mosquito Coast), drama de 1986, o inventor Allie Fox, interpretado por Harrison Ford, parte com a família para Jeronimo, na América Central, e lá toma para si a tarefa de criar uma nova e mais avançada sociedade. O problema é, claro, o confronto entre ideal e real, já que mesmo Fox não pode fugir da sua condição humana falha. Ao enfrentar problemas com os trabalhadores, religiosos, rebeldes e gangues, Fox pode ser considerado um visionário ímpar ou um louco com planos improváveis.

Tipo de utopia: Hemisférica

Provavelmente a recriação mais fiel de uma utopia do tipo ecológica esteja no filme A Máquina do Tempo (The Time Machine), que George Pal dirigiu em 1960 com base no popular romance de H.G. Wells. Na trama, o cientista George constrói um aparato para viajar no tempo e visita um futuro absolutamente distante. Lá, ele encontra os Elois, uma raça que vive em perfeita harmonia com seu ambiente, que não precisa de muito para estabelecer uma comunidade funcional, e, mais importante, mantém a pureza do tal bom selvagem. Por vezes, os Elois podem parecer até ingênuos demais, pouco inquisitivos e um tanto acomodados com sua situação. Isso porque a premissa da malícia está toda concentrada em uma raça oposta: os Morlocks, que habitam o submundo.

Numa interpretação de A Máquina do Tempo, uma comunidade perfeita e singela só pode acontecer quando há o seu oposto, sua polaridade, em outro hemisfério. Livrar-se da malícia seria livrar-se de tudo que existe de mal, em uma dicotomia perfeita. Isto é, a utopia só pode acontecer pela metade. A Máquina do Tempo já foi adaptada ao cinema algumas vezes; a mais recente em 2002, com direção de Simon Wells. (O Futuro da Humanidade Segundo a Ficção Científica - Parte 1: Utopia, sete tipos de mundos idealizados que podem ser encontrados no cinema, flaviagasi [at] gmail [dot] com (Flávia Gasi)).

Como o cinema de ficção científica imagina o nosso futuro? Nos futuros distópicos, frequentemente pós-apocalípticos, onde impera a paranoia, mesmo as sociedades sob um véu de ordem e disciplina estão em desarranjo. Geralmente os filmes partem de dois grandes princípios: revelar a corruptividade do sistema ou apresentar os conflitos do protagonista em meio a uma sociedade decadente. Finais esperançosos, em que o individual vence a opressão coletiva, nem sempre são a regra. Aqui, a questão é o poder, e quem o exerce.

Distopias é a inspiração para um sem-fim de filmes de ficção científica. Na lista abaixo, então, você confere alguns representantes de vários gêneros das realidades distópicas, ao lado de outros filmes que se encaixam no mesmo perfil. Muitos dos escolhidos também podem ser classificados em mais de uma categoria, já que os filmes distópicos tendem a abordar mais de um aspecto do mundo em ruínas.

Tipo de distopia: Totalitarista

1984, em suas duas principais versões cinematográficas, de 1956 e 1984, e no romance homônimo de George Orwell, sintetizam o totalitarismo e a sociedade de controle. O cidadão abdica de suas liberdades pessoais em troca de uma política de segurança nacional e da promessa de um mundo sem crimes. O Estado passa a padronizar as classes sociais e o estilo de vida, tudo em prol de uma comunidade supostamente homogênea.

Imagine que uma câmera grava todos os seus movimentos, a cada instante, todos os dias. Dentro desse ambiente controlado, onde o Grande Irmão representa o panóptico perfeito, as regras se impregnam na rotina das pessoas de tal forma que, em dado momento, o controle total prescinde da câmera para continuar funcionando. Em 1984, ademais, a repressão do Estado não se dá somente por meio de coação e censura, mas por uma mudança de enfoque: propaganda manipulativa.

Este é o gênero de distopia mais utilizado no cinema de ficção científica, e já rendeu ótimos títulos - muitos deles, como 1984, também derivados da literatura, a exemplo de Fahrenheit 451A Scanner Darkly – O Homem Duplo e Aeon Flux. Uma subdivisão da distopia totalitarista é a do Estado burocrático, em que os cidadãos, presos numa situação kafkiana, não conseguem driblar as regras do sistema simplesmente por elas existirem em excesso. Os filmes, nesse caso, tendem ao absurdo e à sátira, como Brasil e Idiocracy.

Tipo de distopia: Tecnológica

Outro subgênero abundante no cinema de ficção científica. Blade Runner, o filme de Ridley Scott de 1982 que adapta o romance Do Androids Dream of Electric Sheep?, de Philip K. Dick é um dos principais exemplares do mundo "high tech, low life", isto é, quanto maior o conhecimento científico, pior a qualidade de vida da população. No caso das distopias, a aceleração da tecnologia pode causar um colapso iminente, seja pelo seu mau uso, pela falta de organização na superurbanização ou pela sociedade que apela para o crime como forma de sobrevivência.

Aqui não há um véu de utopia. O universo de Blade Runner apresenta um mundo totalmente caótico, que passa por problemas de superpopulação e poluição. Robôs orgânicos conhecidos como replicantes são criados para trabalhar em colônias fora da Terra, com um curto tempo de vida, e aqueles que tentam viver em meio aos humanos no planeta devem ser exterminados. Mas, nessa realidade esgarçada, o conceito de "humanidade" se perde - daí o conflito principal de Blade Runner, com seus replicantes revoltosos em busca de aceitação.

Já filmes como Matrix demonstram a mesma problemática das máquinas, mas em um mundo onde os humanos já foram totalmente subjugados. Outros exemplos de distopias tecnológicas incluem eXistenZVideodromeJohnny Mnemonic – O Cyborg do FuturoMetrópolisO Exterminador do FuturoTHX-1138 e AI – Inteligência Artificial. Este subgênero também pode ser encontrado em inúmeras animações orientais, entre elas AkiraGhost in the Shell - O Fantasma do Futuro e Appleseed.

Tipo de distopia: Pós-Apocalíptica

O Livro de Eli, de 2010, é colocado como representante deste gênero por trazer uma versão clássica do apocalipse, com seus desdobramentos religiosos: o mundo passa por uma guerra nuclear que transforma o planeta em uma terra árida de ninguém, e, assim como em A Estrada, o refúgio possível, contra vilões que exploram a desesperança dos demais, talvez seja apenas o espiritual.

O protagonista segue seus próprios valores morais enquanto parte em uma missão que pode alterar a situação e, no caso, trazer um pouco de esperança. Eli perambula por mais de 30 anos até encontrar uma cidadezinha cujo dono afirma conhecer um livro que poderá dar-lhe o poder de dominar as pessoas. O poder é uma das questões fundamentais de sociedades distópicas porque, mesmo que as histórias tenham focos diferentes, uma sociedade imperfeita é gerida por um governante imperfeito.

A escassez de gasolina, a poluição e a predileção por futuros desérticos e sem vida são a norma em filmes como Mad MaxFilhos da EsperançaOs 12 Macacos e Wall-E, mas a natureza vez ou outra se impõe no vácuo deixado pela humanidade, em filmes como Planeta dos Macacos, Waterworld - O Segredo das Águas e Eu Sou a Lenda, Embora a leitura religiosa não esteja sempre presente, não é difícil ver em dilúvios ou em mártires uma chance de interpretar essa variedade de filmes pelo viés bíblico.

Tipo de distopia: criminosa

O filme britânico Laranja Mecânica, de 1971, e o japonês Batalha Real, de 2000, têm duas coisas em comum: ambos são baseados em romances homônimos, e trazem a violência como respostas a uma sociedade distópica. Em Laranja Mecânica, o crime organizado comanda as ruas, rivalizando com o papel do Estado, que está a ponto de perder a guerra. O crime, aqui, funciona em resposta ao totalitarismo, mas acaba criando, inevitavelmente, outro tipo de pressão.

Já em Batalha Real, o crescimento da população mundial foi tamanho que esgotou os recursos naturais do planeta. Para controlar as massas e manter a população acuada, o governo cria um jogo: jovens de 15 e 16 anos são atirados em uma ilha para exterminar uns aos outros, até que sobre somente um. Assim, o crime é utilizado como mecanismo de repressão.

Batalha Real tem com Jogos Vorazes, obviamente, um parestesco próximo, mas outros filmes de distopias em que a violência é institucionalizada incluem também No mundo de 2020, DelicatessenDeath Race 2000 e Fuga de Nova York, entre muitos outros.

Tipo de distopia: Prazerosa

Você será totalmente controlado por um governo ou uma instituição, mas não se preocupe: você vai gostar. Em Admirável Mundo Novo (filme criado para TV em 1980, inspirado pelo romance de Aldous Huxley), a sociedade poderia ser uma utopia, tudo funciona de maneira perfeita, as pessoas vivem de forma harmônica, sempre serenas ou felizes. A vida sexual é encorajada, já que serve apenas como fonte de prazer - a reprodução é sempre in vitro e controlada. Porém...

Para manter-se feliz, o cidadão deve usar Soma, uma droga projetada para desativar sentimentos impróprios. Aqueles que não querem viver em sociedade podem optar por morar nas suas margens. Na trama do filme, a sociedade passa a ser questionada por alguns poucos, quando um dos Selvagens é reinserido na cidade. O livro ainda ganhou outra adaptação para a TV, em 1998.

Outros bons exemplos desta distopia são Fuga do Século 23 (o filme de 1976 mostra a sociedade perfeita, mas que assassina seus cidadãos quando eles atingem 30 anos de idade) e Equilibrium (de 2002, em que o uso de drogas mantém a sociedade serena, já que ter emoções é considerado um crime).

Tipo de distopia: Alienígena

E se a distopia estivesse lá fora? Aqui, uma raça alienígena é que passa a controlar a sociedade. Porém, o funcionamento dessa nova comunidade é bem parecido com a distopia totalitarista: os cidadãos se tornam homogêneos, não há violência, mas também não há individualidade ou sexualidade.

Vampiros de Almas - que ganhou três remakes: Os Invasores de Corpos (1978), Os Invasores de Corpos - A Invasão Continua (1993) e Invasores (2007) - foi produzido em 1956, numa época da Guerra Fria em que o cinema B de Hollywood trabalhava com o medo comunista constantemente como metáfora em suas ficções científicas. Como os alienígenas parasitas dominam humanos mas não os deformam, tudo na aparência permanece normal, e a paranoia se estabelece mais uma vez como norma da distopia.

Claro, o mundo se torna um local absolutamente utópico, mas para os invasores. Outra sugestão é Cidade das Sombras, de 1998, cuja versão do diretor saiu no Brasil em Blu-ray em junho deste ano.

Tipo de distopia: Feminista

Assim como filmes retratam o feminino de forma utópica, em que a questão do gênero fica mais equacionada, também há o seu oposto: na distopia feminista, a sociedade reprime as mulheres. No caso do filme A Decadência de uma Espécie, de Volker Schlöndorff, de 1990, o futuro é demonstrado na República de Gileade, em que o governo totalitarista controla a reprodução e a maioria das mulheres é estéril. Aquelas que podem gerar filhos são escravizadas e forçadas a procriar. No tipo ainda cabem questões como a redução do papel feminino a atividades forçadas domésticas.

Tipo de distopia: corporativa

O controle aqui é realizado não pelo governo, mas por uma ou mais corporações, que podem tanto determinar o estilo de vida dos cidadãos (frequentemente mascarado como oferta de bens de consumo) como serem, elas mesmas, os agentes de destruição. No caso de RoboCop - O Policial do Futuro, de Paul Verhoeven, as comunidades vivem à mercê da violência, até que a empresa OCP toma para si o papel da segurança pública e cria um ciborgue que pode eliminar a criminalidade.

O que a corporação não imaginava, porém, é que seu rato de laboratório, um policial chacinado que sobrevive graças à tecnologia, pudesse lutar tanto para manter a sua humanidade. Na obra, assim como em outras distopias deste tipo, as empresas que conduzem o mundo são uma visão exacerbada do capitalismo selvagem. A publicidade, inclusive, passa a ser a maior ferramenta de gestão do controle.

Outros exemplos: O Quinto ElementoRollerball – Os Gladiadores do FuturoA IlhaResident Evil,O Vingador do FuturoParanoia 1.0. (O Futuro da Humanidade Segundo a Ficção Científica - Parte 2: Distopia, oito tipos de sociedades que não deram muito certo, flaviagasi [at] gmail [dot] com (Flávia Gasi)).

Curitiba nasceu indígena e portuguesa, no primeiro planalto do Paraná, 934 metros acima do nível do mar. Seu nome significa pinheiral, na linguagem dos índios Guarani. Remete à predominância do pinheiro do Paraná em seu território.

A "certidão de nascimento" de Curitiba assinala o dia 29 de março de 1693, quando foi criada a Câmara Municipal. Naquele final de século XVII, a cultura era de subsistência e a atividade econômica tinha base na mineração.

O ciclo econômico seguinte foi o tropeirismo: condutores de gado viajavam entre Viamão, no Rio Grande do Sul, e a Feira de Sorocaba, em São Paulo, de onde os animais eram levados para Minas Gerais. Os tropeiros faziam invernados a meio caminho, nos "campos de Curitiba", acampamentos que só eram desmontados depois da estação fria. Aproveitavam o inverno para fazer negócios e acabaram induzindo Curitiba à condição de importante entreposto comercial.

Muitas outras marcas se devem ao ciclo tropeiro, que durou mais de dois séculos: a erva-mate na forma de chimarrão (quente, porque o tererê dos índios era com água fria), o uso de ponchos de lã, a carne assada, o fogo de chão que provocava as rodas de prosa e os "causos", o sotaque escandido, a abertura de caminhos e a formação de povoados.

Dois outros ciclos econômicos foram praticamente paralelos na história de Curitiba: o da erva-mate e o da madeira. Sua expansão, no final do século XIX, motivou a construção da Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba, primeira ligação da capital da então Província do Paraná com o Litoral. Feita em cinco anos (1880-85), a ferrovia é uma das maiores obras da engenharia nacional, graças aos irmãos engenheiros Antonio e André Rebouças. Utilizou grandemente a força de trabalho dos imigrantes, chegados em massa desde meados dos anos 1800.

Curitiba se beneficiou, no início do século XX, com a riqueza oriunda dos engenhos de erva-mate. Seus proprietários, os "barões da erva-mate", construíram mansões para moradia na capital, em boa parte preservada em dois conjuntos significativos, nos bairros Batel e Alto da Glória.

O ciclo econômico seguinte foi o da monocultura do café, que semeou cidades no norte do Estado do Paraná, com reflexos evidentes sobre a economia da capital.

Castigado pelas intempéries, o café foi sendo aos poucos substituído pela soja, até sua completa erradicação após a geada negra de julho de 1975.

A cultura mecanizada da soja expulsou trabalhadores do campo. Curitiba recebeu grandes contingentes de migrantes. Precisou de decisões rápidas para evitar o caos urbano e antecipar demandas futuras. Investiu no planejamento urbano e na gestão municipal centrada no homem, ou seja, nos 1.587.315 habitantes recenseados em 2000.

Até o século XIX, os habitantes de Curitiba eram índios, mestiços, portugueses e espanhóis. A imigração começou a ser interessante a partir de 1808, quando um decreto do Príncipe Regente Dom João VI passou a permitir aos estrangeiros o direito de propriedade sobre as terras. Após a Independência do Brasil, em 1822, o país reforçou sua preocupação com a ocupação do território. Em Curitiba, essa preocupação cresceu ainda mais a partir de 1853, quando o Paraná, que era Comarca de São Paulo, tornou-se Província independente. Foi intensa, no período, a imigração em massa de europeus.

Os primeiros imigrantes a se estabelecer em Curitiba foram alemães. O casal Michael Midler e Anna Krantz chegou em 1833, reimigrado espontaneamente de Rio Negro - onde chegara em 1829. Eles inovaram a vida curitibana com frutas européias e batatas inglesas de sua chácara, e, com o lucro, compraram toda a área entre as atuais ruas Riachuelo e Carlos Cavalcanti, bem como ao longo da Rua Barão do Serro Azul até a praça 19 de Dezembro.

Os alemães ocuparam a área mais central e urbanizada de Curitiba. Iniciaram o processo de industrialização - metalurgia e gráfica -, incrementaram o comércio, introduziram modificações na arquitetura, difundiram a noção do associativismo e tiveram forte influência no teatro, na musica e até na ginástica.

Os poloneses chegaram em 1871 e criaram as colônias de Tomás Coelho (Araucária), Muricy (São José dos Pinhais), Santa Cândida, Orleans, Pilarzinho e Abranches. Atuaram basicamente na lavoura e no comércio. Hoje formam, em Curitiba, a maior colônia polonesa do Brasil.

Os primeiros italianos chegaram a Curitiba em 1872. A eles se deve a criação, em 1878, do bairro Santa Felicidade, em terras compradas dos irmãos Borges e de nome em homenagem a Felicidade Borges. Operários, artesãos, profissionais especializados, comerciantes e agricultores, os italianos deixaram marcas fortes, por exemplo, na arquitetura (a igreja tem a nave separada da torre), na culinária, no artesanato em palha e vime, nos jogos como a bocha e a mora, na música e na introdução de implementos agrícolas.

Os ucranianos vieram em massa em 1895. Estabeleceram-se no Campo da Galícia (hoje Praça 29 de Março, na regiões centrais, e arredores) e foram expandindo suas propriedades ao longo da atual avenida Cândido Hartmann e pelo bairro Bigorrilho. Sua influência é similar á dos poloneses e dos russos, em campos como a arquitetura (igrejas com cúpulas em forma de cebola, por exemplo), a culinária e a religiosidade.

Os primeiros japoneses marcaram presença em Curitiba a partir de 1915, com a chegada de Mizumo Ryu. Em 1924 se deslocaram em maior número e se fixaram em bairros como Uberaba, Campo Comprido e Santa Felicidade, além do atual município de Araucária. Entre outras contribuições, introduziram novas técnicas agrícolas e as artes marciais.

Também no século XX chegaram a Curitiba sírios e libaneses, hábeis vendedores que se estabeleceram com comércio de roupas, sapatos, tecidos e armarinhos. Os pioneiros eram mascates, que viajavam em lombo de burro e vendiam de porta em porta. Quando estabeleceram lojas, escolheram a área central de Curitiba.

Característica geral dos grupos de imigrantes é sua grande associatividade, em função das necessidades da comunidade referentes à assistência médica e social, a diversões e esportes, a instrução e vida religiosa.

Em centros urbanos como Curitiba, os imigrantes constituíram uma classe média capaz de poupar e investir, criando uma burguesia empresarial de certa relevância. Com isso, representaram um importante elemento urbanizador, pois constituíram grande parte dessa elite empresarial.

A assimilação não é um processo de incorporação pura e simples do imigrante na sociedade de adoção, mas é um processo bilateral. O imigrante recebe bens culturais e aprende com a sociedade que o adotou, mas também, paralelamente, contribui com seus próprios valores culturais nessa sociedade de adoção. Ele traz consigo bens culturais, tanto materiais como espirituais.

Os imigrantes trouxeram, para o sistema de pequenas propriedades, as cercas que as fecham; trouxeram o arado, a carroça de toldo, a indústria moageira, as culturas agrícolas, o trigo, a cevada, o trigo mourisco; introduziram a broa.

Em Curitiba se come broa com vina. Em lugar algum do Brasil se sabe o que é vina, só nos sabemos que é a wienerwurst, a salsicha feita à moda de Viena. Aqui comemos purê de maçã, charutos de repolho, tortas de mil folhas, apffelstrudel, tortas de semente de papoula, creme de raiz forte. Aqui tomamos coalhada e sopa de beterraba.

A arquitetura é outro exemplo dessa integração. Basta andar pela cidade e olhar as igrejas de cúpulas bizantinas. Basta olhar as casas com lambrequins, outra influência da imigração.

Há as festas de Páscoa com pêssankas (ovos pintados) de filigrana e os natais com pinheirinhos salpicados de algodão e Papai Noel, um derivativo norte-americano de São Nicolau, com pesadas vestes bizantinas em pleno verão. Ou então as procissões de Corpus Christi, com seus tapetes de flores.

Essas influências, trazidas pelos imigrantes, foram incorporadas pela sociedade de adoção a tal ponto que nem causam surpresa ou despertam curiosidade. Mas compõem uma historia-documento para ser usada na construção de uma existência melhor, espelhada no rosto multifacetado do curitibano de hoje. (Portal da prefeitura de Curitiba)

Com mais de 20 mil inscritos e 950 mil visualizações, o canal do Youtube “Tesão Piá” brinca com os jargões, gírias e tradições curitibanas, se tornando uma referência de humor na capital paranaense. (Equipe do ‘Tesão Piá’ é entrevistada no jornal da Teia, Pamela Castilho Cahene).

O curitibano é um povo cheio de manias. Tomar cafezinho na Boca Maldita e passear pelo calçadão da Rua XV são dois exemplos. Também é comum aqui em Curitiba, morar ao lado de um vizinho durante anos e nunca saber o seu nome, como se dizer "Bom dia" fosse um pecado mortal. Dizem que só descobrimos o nome de um vizinho se a correspondência dele for entregue por engano em nossa casa. (O curitibano um povo cheio de manias, Carlos Alberto Noviski).

O curitibano organiza fila para qualquer coisa. Banheiro, elevador, barzinho e ponto de ônibus. Repara em qualquer pessoa como se ela viesse de outro planeta. Pergunta a qualquer universitário se ele é estudante da UFPR. Acha que quem não é nascido em Curitiba sempre joga lixo no chão. Por isso, faz questão de andar com o bolso atolado de papéis de bala até encontrar uma lata de lixo. Acha que tudo em Curitiba é melhor do que em outros lugares, mesmo sem nunca ter saído da cidade. Tem orgulho do céu cinzenta. Chama salsicha de vina. Em vez de biscoito, diz bolacha. Chamam meninos de piá e meninas de guria. Balão não existe. Aqui se chama bexiga. Acha que não tem sotaque algum e fala o “português mais correto do Brasil”. Por isso, ridiculariza o sotaque de todos os outros povos. (Rol de manias e piadas curitibanas, Macedo)

Curitiba tem vários parques, praças e ruas cheias de significados e beleza. Confira os dez principais pontos turísticos de Curitiba:

·         O Parque Barigui que é o parque mais frequentado de Curitiba. Além de refúgio para vários animais, o parque é também a grande área de preservação natural da região central da cidade.

·         Um dos cartões postais mais famosos, o Jardim Botânico funciona como um centro de pesquisas da flora do Paraná. Contribui para a preservação e conservação da natureza, para a educação ambiental e ainda oferece uma alternativa de lazer para a população. Sua principal atração é uma estufa de ferro e vidro, inspirada no Palácio de Cristal de Londres. Emoldura a estufa um imenso jardim francês com seus canteiros geométricos. 

·         A Rua XV de Novembro é o centro de comércio popular de Curitiba. Os turistas podem encontrar lojas de roupas, calçados, acessórios, panificadoras, restaurantes, bancos... E mais: os tradicionais bares para tomar uma cervejinha ou saborear um lanche. Na XV ainda tem o famoso Bondinho da XV e o Palácio Avenida, onde acontecem as apresentações do Natal mais famoso do país! O bairro São Francisco é famoso pelos bares, pelas construções antigas, pela Igreja da Ordem e pela famosa Feira de Arte e Artesanato do

·         Largo da Ordem, também conhecida como Feirinha do Largo. E um turista que se preze não pode deixar de visitá-la. A Feirinha acontece todos os domingos, das 9h às 14h, e é gratuita. Os visitantes encontram mais de mil barracas com os mais diversos produtos como artesanato, comidas, livros, bolsas, roupas, peças para decoração.

·         O bairro Centro Cívico é a sede dos Poderes do Estado do Paraná, com o Palácio Iguaçu, a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Justiça, além da Prefeitura de Curitiba. Foi implantado em 1953, no centenário da emancipação política do Paraná.

·         O Museu Oscar Niemeyer (MON), obra do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, foi inaugurado em 2002. O prédio, antes chamado de Edifício Presidente Humberto Castelo Branco, passou por adaptações e ganhou um anexo, popularmente chamado de "Olho". O espaço é dedicado à exposição de artes visuais, arquitetura e design e é composto por aproximadamente duas mil peças. 

·         Construído em estrutura tubular, o Teatro Ópera de Arame, de 1992, é um espaço que se integra à natureza do local. Ao seu lado, a Pedreira Paulo Leminski, que já foi palco de grandes acontecimentos culturais e artísticos de Curitiba. Mais adiante está o Farol das Cidades, biblioteca informatizada conectada à internet.

·         Mais conhecida como Torre da Telepar, a Oi Torre Panorâmica foi construída pela Telepar que após a privatização passou a ser propriedade da Brasil Telecom, e atualmente da Oi. Com quase 110 metros de altura, a Torre possui um mirante com vista de 360 graus para a cidade de Curitiba e um museu que conta a história da telefonia.

·         O bairro de Santa Felicidade é formado por imigrantes italianos das regiões do Vêneto e do Trentino. Principal eixo gastronômico de Curitiba é um desfile de casas típicas, unidades de interesse de preservação pelo valor histórico e arquitetônico. Os restaurantes são os destaques do local.

·         O Parque Tanguá fica situado entre os municípios de Curitiba e Almirante Tamandaré. Conta com um mirante com 65 metros de altura, cascata, lagos, ciclovia, ponte, churrasqueira e um jardim em estilo francês com canteiros de flores e espelhos d’água. Uma das principais atrações é apreciar o pôr-do-sol. (Confira os dez principais pontos turísticos de Curitiba, Geziane Diosti).

O museu, inaugurado em 2002, é um projeto do arquiteto Oscar Niemeyer. Inicialmente era o "Novo Museu" ou o "Museu do Olho". Em 2003, foi rebatizado como Museu Oscar Niemeyer (MON).

O projeto aproveitou as instalações de uma antiga escola, que também era um projeto de Niemeyer de 1967. A estrutura externa, que lembra um grande olho, impressiona pelas formas. É uma edificação, anexada à já existente, com 70 metros de comprimento, 30 de largura e cobertura parabólica apoiada em uma torre de 21 metros de altura. Uma passagem subterrânea faz a ligação entre os dois prédios. O Museu é um dos maiores complexos de exposição do Brasil, com cerca de 16 mil m² destinados a obras de arte. Conta com diversos ambientes, incluindo um auditório para 400 lugares, café e espaços de lazer. Em sua inauguração buscou-se um foco de atuação nas artes plásticas, no design, na arquitetura e no urbanismo. O Museu, entretanto, não possuía acervo próprio até o início de 2003. (Guia Geográfico, Cultura em Curitiba)

O Projeto do Museu Segundo Oscar Niemeyer:

“O projeto surgiu com a iniciativa surpreendente do Governador Jaime Lerner de transformar uma escola existente num grande museu de arte. Tinha razão. A escola por mim projetada, muitos anos atrás, prestava-se perfeitamente para isso. Era bonita, suspensa sobre pilotis e tão atualizada estruturalmente que seus apoios tinham afastamentos de 30 e 60 metros. A minha primeira ideia foi desenhar um novo museu em sua cobertura, com a mesma audácia estrutural que distinguia aquela construção. Como depois verificamos, essa solução apresentava problemas técnicos difíceis de avaliar, o que nos levou a outra solução: um grande salão, independente da obra já realizada, e tão arrojada que caracterizasse a arquitetura inovadora do museu. No bloco existente da antiga escola ficariam os serviços gerais do museu. No térreo, um auditório e um restaurante; no piso superior, a parte administrativa, as salas de exposição e as áreas destinadas a atividades culturais e educativas. No subsolo, instalações técnicas, acervo etc. E ao ar livre, exposições de esculturas. No museu propriamente dito, o grande salão de exposições, fantástico, com a sua imensa cobertura luminosa, suspenso no ar, a vista a correr por toda a cidade, através dos grandes vidros das fachadas. Um sistema de esquadrias tão diferente de tudo que foi feito até hoje que vale a pena comentar. Não queríamos que os montantes das esquadrias fossem verticais. Dariam a ideia de suportes da cobertura, que sem apoios cobre o salão. Preferimos projetá-los em diagonal como um grande painel. No queríamos tampouco usar os habituais brise-soleil, criando para isso, entre os vidros, elementos metálicos de proteção solar. E foi com o mesmo apuro que desenhamos todo o conjunto do museu. Uma obra exemplar, que demonstra o progresso da engenharia em nosso país. Ao Governador Jaime Lerner agradecemos a oportunidade que nos ofereceu, e a Alex Beltrão o apoio invariável dele recebido. “

Trecho retirado do artigo The Role of Fiction in Experiments Within Design, Art & Architecture, escrito por Knutz, Markussen e Christensen, diz:

“Este documento oferece uma tipologia para a compreensão projeto ficção como uma nova abordagem na pesquisa em design. A tipologia é baseada na ideia que a ficção pode integrar-se com a realidade de muitas diferentes maneiras em experimentos de design. O poder explicativo de a tipologia é exemplificado através da análise de seis projetos de caso. Nos últimos anos, tem havido um aumento do interesse em Design Fiction como uma nova prática ou abordagem no âmbito da investigação de projeto, desde então os designers têm usado ficção como uma técnica para a experimentação de modelos alternativos para a sociedade (...) O projeto "Protofarm 2050: A Guide to Livre Farming "(2009), considerado o sexto e último caso, discute como sobreviver em Paris no ano de 2050. Em Paris, no ano de 2050, a escassez de alimentos é um problema global, o os cidadãos devem caçar seu próprio alimento, aves, ratos, insetos. Eles devem ter avanços das plantas e ervas daninha que a cidade pode oferecer - e devem cozinhar e preparar seus alimentos sob condições extremas. O projeto tem a forma de um manual completo de técnicas de caça, captura e preparo dos alimentos. Protofarm 2050 gera soluções preventivas para os problemas do futuro (...) E se no futuro nossa sociedade sofrer de falta completa de alimentos e, portanto, termos que voltar a um velho hábito: a de caçador?”

O Gasoduto Bolívia-Brasil é um tipo de via de transporte que interliga a Bolívia e o Brasil por um duto, que possui 3.150 km em todo seu percurso, sendo 557 km dentro da Bolívia e 2.593 km em solo brasileiro. O custo total dessa obra foi de 2 bilhões de dólares. Esse empreendimento teve sua construção iniciada no ano de 1997, dois anos depois já estava operando parcialmente. As perspectivas são de que em 2010 sua capacidade de operação seja ampliada, isso com intuito de elevar a oferta de gás natural no mercado brasileiro.

O Gasoduto começa em Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) até Canoas (Rio Grande do Sul- Brasil), percorrendo os Estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, cortando 135 municípios. A implantação desse gasoduto é de extrema importância para o setor energético do Brasil, promovendo um incremento na disponibilidade de gás natural no mercado nacional. A via de circulação do gás é de responsabilidade, aqui no Brasil, da Transportadora Brasileira Gasoduto Brasil-Bolívia S/A (TBG). As perspectivas são de aumentos na capacidade produtiva para os próximos anos, fator importante diante da necessidade desse produto no Brasil. (Gasoduto, Brasil-Bolívia, Eduardo de Freitas)

O problema particular da Bolívia, que não resiste a ameaçar o Brasil quando pode, é sua história. Desde que os espanhóis financiaram seu império no século 16 sugando ouro e prata das minas do Potosí, a Bolívia sempre viu seus recursos naturais explorados por estrangeiros. Foi assim com o carvão, com o estanho. A vasta reserva de gás, descoberta em 1995 e que parece ser maior a cada estudo, soa a muitos bolivianos como sua última chance. Assim, a população é cada vez mais suscetível ao clamor pela estatização, pelo arrocho das multinacionais. Trata-se do país mais pobre da América do Sul.

Sem dinheiro ou know-how para tirar o combustível da terra, durante o primeiro governo Gonzalo Sánchez de Lozada decidiu-se pela procura de parceiros externos. Lozada foi o típico governante de Terceiro Mundo nos anos 90: privatizador. A diferença é que não vendia todas as empresas, mas apenas participações acionárias. No negócio da construção da infraestrutura e exploração do gás, seus parceiros incluíram a Enron – a mesma do escândalo financeiro nos EUA –, a Shell, a francesa Total e, principalmente, a espanhola Repson e a Petrobras. Uma estatização repentina, a esta altura, custaria particularmente caro às duas últimas.

O gás natural é um combustível fóssil como o petróleo, mas tem características um bocado diferentes. Seu componente principal é o metano, que na atmosfera se transforma em dióxido de carbono e água. Ou seja, polui pouco. Demorou tanto tempo para ser explorado porque o transporte é muito difícil. Petróleo e óleos derivados são líquidos, basta pô-los no navio e carregar. O gás natural exige gasodutos caríssimos e não atravessa oceanos. Ou assim era até há pouco.

Reduzido a 170ºC negativos, o gás natural se liquefaz e ocupa 600 vezes menos volume. A técnica de liquefação só começou a ser explorada em fase de testes nos anos 60 e se desenvolveu comercialmente nos últimos anos. É caríssima: exige navios especiais – de acordo com um relatório da Administração de Informação sobre Energia dos EUA, existem apenas 206 deles no mundo; além disto, plantas bilionárias de liquidificação do gás e, na ponta do comprador, portos cuidadosamente adaptados e plantas de regaseificação igualmente caras. Sai bem mais do que os 2 bilhões de dólares do gasoduto Brasil-Bolívia. Hoje, 139 milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito são vendidos no mundo, isto é mais ou menos um quarto do negócio. O resto vai por gasoduto.

O Brasil depende da Bolívia para atender sua demanda de gás natural, mas a Bolívia precisa do Brasil para vendê-lo. No fundo, o Brasil é praticamente seu único mercado de peso. Argentina ou Paraguai são quase um troco.

Há um projeto boliviano, antigo, de exportação para os EUA. Mas é difícil: mesmo que venha o perdão da dívida externa prometida pelo G8, ainda assim a Bolívia precisaria pedir empréstimos internacionais altos para implantar toda a infraestrutura de produção de gás natural liquefeito. Quem acabou de estatizar, dando prejuízo às multinacionais, teria dificuldade para consegui-los. O problema é delicado também do ponto de vista diplomático: a Bolívia não tem litoral. Tinha até 1879, mas perdeu para o Chile numa guerra. O projeto de venda de gás liquefeito aos EUA traçaria uma rota pelo Pacífico até Baja California, no México, onde haveria a regaseificação e, então, o produto seguiria por gasoduto até a Califórnia. Mas antes tem de chegar ao litoral e, para isso, ou atravessa os Andes no Peru com um cano ou rediscute a relação estremecida há mais de século com o Chile.

Ainda assim, grupos ecologistas que são particularmente militantes e onipresentes na Califórnia não querem gás natural naquele estado americano. Não é que polua demais, mas é combustível fóssil. E os militantes sentem que, se vier oferta de gás natural bom e barato, os estudos locais de alternativas energéticas ecológicas ficarão sem incentivo.

A Bolívia terá de conviver com o Brasil. É seu melhor e maior parceiro. Até porque, em 2004, o governo brasileiro anunciou a descoberta de uma lauta reserva de gás natural no litoral de Santos. Ainda não há ideia de seu tamanho exato, mas é grande. Ou, nas palavras da professora Goret Pereira Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, "pode ser até uma Bolívia". A partir do momento em que decidir investir na exploração, a Petrobras tirará gás natural próprio em cinco anos.  (Gás une e desune Brasil e Bolivia, Pedro Doria)

Com base nas informações anteriores desenvolvemos nossa ideia de projeto, Distopia Curitibana. Escolhemos o Museu Oscar Niemeyer para focar e produzir a nossa história.

Bolívia cansou de ser explorada pelo Brasil e resolve criar uma aliança com os países da América Latina para dominar o território brasileiro e “roubar” os recursos naturais do Brasil. Após a guerra e os conflitos, as perdas foram grandes para ambos os lados, todos os países envolvidos na guerra estão devastados, então fazem um acordo de paz. Enquanto isso em Curitiba a situação está caótica, a cidade inteira está destruída, casas, prédios, bosques, parques, carros abandonados, grandes construções em ruínas. Os poucos sobreviventes tem que chegar ao extremo para sobreviver, lojas e casas são saqueadas, pessoas matando uma as outras por um pouco de comida. Com o desmatamento das árvores o ar ficou irrespirável, pessoas precisam do auxílio de máscaras e panos para proteger seus pulmões da poluição do ar. Torres de celulares foram completamente destruídas, postes, represas, a cidade ficou no breu total, sem energia elétrica, os aparelhos eletrônicos são inúteis. A cidade vira um acumulo de lixo, uma quantia enorme de lixo eletrônico, pessoas começam a utilizar os aparelhos com uma nova função. Os sobreviventes tentam recuperar as plantas e árvores, cultivar um pouco de alimento, tentado tornar o ar menos poluído possível. O pouco de bateria que as pessoas possuem em seus celulares é guardado para registrar como está a situação da cidade ou para alguma ocasião que ache importante.

REFERÊNCIAS

http://omelete.uol.com.br/cinema/o-futuro-da-humanidade-segundo-a-ficcao-cientifica-parte-1-utopia/#.Ui52WNLXTSg

http://omelete.uol.com.br/cinema/o-futuro-da-humanidade-segundo-ficcao-cientifica-parte-2-distopia/#.Ui5yINLXTSg

http://www.nemumpoucoepico.com/2012/07/distopia-caracteristicas-principais/

http://www.brasilescola.com/geografia/gasoduto-brasilbolivia.htm

http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php?pag=sl104

http://www.curitiba.pr.gov.br/

http://mariolobato.blogspot.com.br/2012/10/o-curitibano-e-um-povo-cheio-de-manias.html

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