Biomimetismo nos corais

Olá amigos,

Há tempos não comento por aqui, mas tenho acompanhado os posts e comentários via email. Gostei muito dos comentários e postagens do Diego e concordo com o que foi conversado na última reunião sobre a importância que o fisiologismo tem em fazer o diferencial para o Instituto. Podendo ser usado como um aplicativo que se ajuste a diferentes situações, grupos de trabalhos, projetos etc.

Com isso martelando na cabeça, fui buscar mais informações sobre as formas de vida dos corais e o que isso poderia nos revelar sobre o funcionamento dessa plataforma. Então vamos lá..

Procurei por uns vídeos e infos aqui na internet não achei muita coisa, tem até uns vídeos, mas que demoram séculos e são no estilo documentário com mais de uma hora. Não tem nada tão maneiro, mas vou compartilhar o que acho que pode ser interessante:

Uma matéria sobre o branqueamento dos corais - http://www.youtube.com/watch?v=SPUDmgbdy54

Vocês sabiam que muitos corais vivem em simbiose com algas? As zooxantelas usam o abrigo e suporte dos corais para realizarem fotossíntese, cujos produtos são compartilhados com os corais. Nesse caso, acho que ilustra no estilo animação essa parceria e caso haja poluição ou outros danos no ambiente, as zooxantelas morrem e portanto os corais e outras vidas que ali habitam e dependem desse ecossistema também. Isso me lembra a importância da parceria, dos diferentes nichos, produções e como eles vivem trocando em uma comunidade maior. 

Penso depois naquelas síndromes para o fisiologismo que o núcleo IAM Curitiba tinha levantado, e que visualizá-las seria importante para lidar com desajustes de funcionamento no IAM. Então, poderíamos pensar nas síndromes dos corais, mas antes acho legal pensar em um fisiologismo para ele. Foi quando pensei em criar um fisiologismo para os corais, daí esse vídeo tosqueira caracteriza bem as partes importantes que poderiam entrar: http://www.youtube.com/watch?v=qZFTtgcr_mc

Esse vídeo é o único em que consegui algo falando sobre a deposição contínua principalmente de carbonato de cálcio para a construção dos recifes. Eles são formados ao longo do tempo por camadas que vão se sobrepondo. Conforme os corais antigos morrem, assim como algas com estruturas em carbonato de cálcio, seus esqueletos permanecem lá, então eles fornecem substrato para que novos organismos colonizem a área e assim sucessivamente. As camadas vão se sobrepondo ao longo do tempo e o recife vai sendo formado e aumenta vagarosamente. Somente in English =/ : http://www.britannica.com/EBchecked/media/82738/See-the-life-of-a-coral-reef-deep-beneath-the

Tem esse clássico da National Geographic, mas que não é nada demais, in english tambien: http://video.nationalgeographic.com/video/coral-reefs?source=relatedvideo

Algumas coisas que achei interessante também: 

"Por abrigarem uma extraordinária variedade de plantas e animais são considerados como o mais diverso habitat marinho do mundo, e por isso mesmo, possuem grande importância econômica, pois representam a fonte de alimento e renda para muitas comunidades. Uma em cada quatro espécies marinhas vive nos recifes, incluindo 65% dos peixes." (fonte: http://www.mma.gov.br/biodiversidade/biodiversidade-aquatica/zona-costeira-e-marinha/recifes-de-coral)

Vi também um trecho em uma matéria no site do IBAMA que equipara os recifes de corais a floresta amazônica no ambiente marinho, devido a diversidade de vegetais e animais que tem seus ciclos vitais a eles associados.

Queria ter achado um super mega vídeo lindo incrível que pudesse ser a reposta para a nossa vivência/recife em construção, mas pensando bem isso é algo que podemos pensar com o próprio Diego como uma ferramenta para divulgar a plataforma. 

Dentro da proposta das síndromes li que o excesso de nutrientes e sedimentos flutuantes prejudica os corais porque "tapa" a penetração de luz na água o que acaba por sufocar os corais e abrir porta para doenças. Pensei em incluir nas síndromes, em analogia ao excesso de informação que pode não ser aproveitada e ir se acumulando de forma negativa para a dinâmica dos nutrientes e seres vivos do ecossistema.

Por enquanto é isso, tragam suas deposições carbonáticas calcíticas,

Abraç@s

Comentários

#1

Grande Bruninha! Esta pesquisa é importantíssima.

Ao montarmos o fisiologismo comparando ao ecossistema terrestre, tudo foi muito intuitivo e todos partilhavam dos processos que foram utilizados nas analogias. Creio que se explicarmos o fisiologismo IAM para uma escola ou até mesmo para uma criança, muito dos processos eles já conhecem podendo sugerir analogias muito criativas.

Ao explorar o ambiente aquático, e tentar buscar estas analogias biomiméticas, tenho a sensação que os processos deste ecossistema ainda não estão em meu sistema cognitivo, e isto com certeza é um lapso em minha formação. Na verdade pouco se sabe sobre o ambiente marinho e este desconhecimento é perigoso. Neste ponto podemos trazer uma discussão do jargão da educação ambiental "conhecer para preservar".

Os oceanos tem um grande apelo em vários sentidos:

- É de fato o pulmão do Mundo

- Segunda a corrente darwiniana é a origem da vida

Creio que montarmos um fisiologismo marinho é importante em vários sentidos, principalmente para trazermos que a cor da ecologia não é só verde, mas também azul.

#2

Uau, mergulhou fundo bruna!

Acho que a atividade de exposição deveria ir para essa linha gente, pois pelo que entendi seria interessante estar relacionada a vida marinha né? A sensibilização da peça quanto a nosso ecossistema pode ser um belo gancho para toda essa vida debaixo dagua.

A vida começaria na terra para cair na agua, :p, pois como o jay comentou, nossa falta de conhecimento com a vida marinha é tão grande que é importante buscar um caminho menos doloroso em nosso sistema cognitivo.

A minha ignorancia quanto a isso é muito grande, apenas como exemplo, no caso de uma atividade baseada na construção de um fisiograma, já achei tão dificil fazer o meu fisiograma terrestre, baseado em corais então, atualmente eu não teria menor condição.

Mas ai tem um gancho maravilhoso bruna, por exemplo, na apresentação dos produtos, a plataforma corais começa apenas no 2º ano de ação, portanto, junto com a implantação do corais para construção de projetos colaborativos, poderia ter uma grande mobilização para educação ambiental debaixo dágua, já pegando no rabo do próximo ciclo da metodologia, caaacetada, animal!

Agora, para curto prazo, seria lindo uma dinamica para a semana do meio ambiente baseada em corais, até me arrepio. Pode ser uma especie de aula, um proefssor começa a falar sobre corais, então pede para criançada se agrupar em ilhas de corais, todos sentados com braços enganchados e imoveis, de repente, no meio do discurso do professor, entra um mergulhador bem doido, chega perto de um dos corais e da uns beliscoes, cutuca, tira foto com flash no rosto deles, tenta pegar pedacinhos deles, tenta cortar o cabelo com tesoura, aterrorizá-los, a brincadeira é ver até onde eles aguentam, quando alguem sair do grupo aquele coral morre e perde, o grupo que ficar até o final vence. No mesmo estilo do homem primitivo, intervencoes radicais, para manter a autenticidade das peças. Os premios podem ser os CDs com o jogo.

#3

Essa discussão é muito rica! Estes novos insights sobre biomimetistmo podem acabar gerando novas funcionalidades na plataforma Corais. Porém, mais do que isso, acredito que essa ligação entre a plataforma e as escolas é essencial. Vou citar dois projetos que já estão trabalhando com escolas, porém, para suportar outro tipo de ação: CMTL e EEMT.

Sobre os recifes de corais, compartilho um vídeo que me arrepiou todo quando vi. Trata-se de um time-lapse, vídeo acelerado, que ajusta o ritmo lento da vida desses animais ao nosso ritmo.

Refleti que é preciso pensar a resiliência da comunidade a longo prazo. Eventualmente uma pessoa muito lenta, mas constante no que faz, pode acabar produzindo algo muito maior do que qualquer um faria a curto prazo. Os recifes de corais favorecem esse tipo de desenvolvimento pois permitem a acumulação de cada contribuição. Não se perde, não desparece, vai acrescentando, devagarinho, vendo o todo crescer.

Quero ver se um dia consigo fazer um vídeo de time lapse de um projeto da nossa plataforma de Corais, por exemplo, mostrando a linha do tempo com os posts e comentários aparecendo.