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Distopia Curitibana

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Distopia Curitibana

Por: Aline Bueno

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ARTIGO DE HIPERMÍDIA

DISTOPIA CURITIBANA

CURITIBA

SETEMBRO DE 2013

SUMÁRIO

1.    Sumário .......................................................................................... 2

2.    Introdução ...................................................................................... 3

3.    Desenvolvimento .............................................................................. 4

4.    Referências ..................................................................................... 17

1.   INTRODUÇÃO

Neste artigo será discutido o termo utopia e distopia, dando foco à origem da distopia, uma análise de como ela vem sendo usada no cinema e na literatura, Curitiba e seus principais pontos turísticos. Contendo brevemente o processo do projeto do Museu Oscar Niemayer, além das manias e gírias curitibanas. E por último a relação do gás natural entre Bolívia e Brasil.

2.   DESENVOLVIMENTO

O termo utopia foi muito difundido graças à obra “Utopia" do filósofo humanista Thomas More (1478-1535), na qual há a criação de uma sociedade perfeita, sem contradições e privações. Porém o primeiro escrito conhecido é o livro de Platão, A República que remonta a 380 a.C. Contudo, o termo mais usual é “socialismo utópico” e foi dado de forma pejorativa pelos adeptos do marxismo, que se autodenominavam arautos do socialismo cientifico. (Cinema e distopia, Breno Rodrigues de Paula).

Exemplos de projetos utópicos é a capital do Brasil, Brasília projetada em uma tentativa de fazer uma perfeita cidade funcionalista (1960). A inauguração de ocorreu em 22 de Abril de 1960. Esta área central do Brasil não era nada mais do que um deserto. O plano da cidade foi desenvolvido com Oscar Niemeyer o arquiteto principal, Lúcio Costa como o urbanista e Roberto Burle Marx como paisagista. Este projeto gigante foi decidido pelo ex- presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, que se tornou Presidente em 1956. (The Role of Fiction in Experiments within Design, Art & Architecture, Knutz, Markussen e Christensen).

A distopia por sua vez, também conhecida como antiutopia, é um conceito filosófico adotado por vários autores e expresso em suas criações ficcionais, nas quais eles retratam uma sociedade construída no sentido oposto ao da utopia. As comunidades regidas pela distopia normalmente apresentam governos totalitários, ditatoriais, os quais exercem um poder tirânico e um domínio ilimitado sobre o grupo social. (Distopia na Literatura, Ana Lucia Santana).

É interessante ver os limites que a imaginação humana consegue dar para as relações entre as pessoas e como em alguns casos alarmantes chegamos bem perto do que foi imaginado. Ultimamente, o termo vem sendo utilizado cada vez mais para caracterizar filmes, livros e séries, mas ainda não é muito conhecido. Ao mesmo tempo em que alguns não sabem o que quer dizer ou o que o denomina, outros usam a torto e a direito na tentativa de tornar alguns produtos mais vendáveis. O problema todo é que, a palavra distopia não foi criada com o intuito de descrever um estilo específico de obras ficcionais e sim num discurso político. Dizem que um dos usos da história é entender o presente, então é fundamental sabermos o contexto em que o termo foi criado para poder entendê-lo.

Em 1829, o Reino Unido reconheceu a Irlanda como parte de seu território, mas não lhe deu liberdade para tomar suas próprias decisões. Assim, a Irlanda possuía assentos no Parlamento onde as decisões eram tomadas, mas era praticamente como se os britânicos os governassem. Os problemas entre os dois territórios não são recentes, mas é durante esse período que a maior parte dos movimentos rebeldes (como o IRB, predecessor do IRA) surge. Em 1867, o IRB promove uma tentativa levante contra os britânicos que dá errado e o governo toma medidas drásticas contra eles. É durante uma das reuniões sobre a questão da Irlanda que surge o termo distópico, usado pelo Mill. Ele diz:

“Posso ser a permissão, como um que, acostumado com minhas qualidades, foi submetido ao cargo de ser utópico, para parabenizar o Governo em ter-se juntado a essa ótima companhia. É, talvez, muito elogioso chamá-los de utópicos, pois eles podem muito bem ser distópicos ou cacotópicos. O que é normalmente chamado de utópico é algo bom demais para ser praticado, mas o que eles preferem parece ser ruim demais para ser praticado.”

O contexto é claro: as ações e intenções do governo têm sido tão ruins, que ele é o oposto de uma utopia. Mas prestem bastante atenção: no caso, as coisas ruins são as coisas que são contra as ideias de Mill. Ele defende a liberdade pessoal e não a opressão de estado defende a igualdade entre as pessoas e não a superioridade. No discurso em que essa frase aparece, ele faz toda uma análise da relação do reino Unido e da Irlanda e mostra que eles nunca trataram o outro país com respeito e que, se depender do governo, nunca os tratará. Ele enumera uma série de medidas – de se recusar a comprar gado irlandês a culpá-los de serem atrasados por serem católicos – e procede a dizer o que deve ser modificado para que os ânimos se acalmem no país.

E se você parar para pensar nas obras distópicas – pelo menos nas mais famosas – as sociedades assim chamadas são exatamente o oposto do que Mill defende. Ele também usa cacotópico e ambas as palavras significam a mesma coisa: lugar ruim. Utopia é o lugar bom, ideal, com coisas impraticáveis e a distopia (ou a cacotópia) é a anti-utópia, oposto dela. (Distopia: Uma origem política, Bárbara Morais)

Existe um tipo “clássico” de distopia que é mais fácil de classificar. Tem gente que acha que distopia só pode existir no futuro ou que só pode ser ficção científica. Isso não é verdade. (Distopia: Características principais, Bárbara Morais)

A maioria das distopias tem alguma conexão com o nosso mundo, mas frequentemente se refere a um futuro imaginado ou a um mundo paralelo no qual a distopia foi engendrada pela ação ou falta de ação humana, por um mau comportamento ou por ignorância.

A literatura distópica costuma apresentar pelo menos alguns dos seguintes traços:

1.    Tem conteúdo moral, projetando o modo como os nossos dilemas morais presentes figurariam no futuro.

2.    Oferecem crítica social e apresentam as simpatias políticas do autor.

3.    Exploram a estupidez coletiva.

4.    O poder é mantido por uma elite, mediante a somatização e consequente alívio de certas carências e privações do indivíduo.

5.    Discurso pessimista, raramente “flertando” com a esperança.

(Wikipédia, a enciclopédia livre).

Distopias geralmente possuem um motivo para terem acontecido. Seja uma guerra, uma praga, o apocalipse, uma revolução, superpopulação, sempre há uma explicação para o motivo para a aplicação de medidas extremas naquela sociedade. Como uma distopia se passa tipicamente no futuro, normalmente há uma tecnologia mais avançada do que a que existe no presente.

Ao contrário da literatura utópica em que um herói de fora conhece a sociedade, normalmente o herói da distopia é alguém de dentro do sistema. Um herói de fora iria ter um maior entendimento do que está errado numa distopia, subvertendo um pouco o objetivo da distopia. Um herói de fora não tem a assistência das pessoas que fazem parte da sociedade distópica, por ser visto como “diferente”.  Além disso, normalmente o herói é alguém que questiona a sociedade porque sente que há algo inerentemente errado nela e decide que vale a pena fazer algo mudar. Às vezes, as visões dos heróis batem de frente com a das outras pessoas, mostrando que a fronteira entre utopia e distopia é basicamente de opinião. Eles também citam que outro arquétipo de herói é aquele que é de uma classe social alta, que consegue ver tudo que está errado no sistema e tenta mudar, sem muito sucesso.

Em outros casos, o protagonista leva seus medos para algum representante da distopia que articula seus princípios. Normalmente há um grupo de pessoas que não está sob o completo controle do Estado e é nesse grupo que o protagonista geralmente confia para tentar ajudá-lo a mudar o sistema, embora na maior parte das vezes não tenha sucesso.

A história normalmente não é resolvida, mesmo que o herói consiga escapar ou destruir a distopia. Às vezes, a narrativa é lida com personagens que estão insatisfeitos e se rebelam, mas que não conseguem mudar nada efetivamente. O personagem acaba mudando para poder se adaptar às regras sociais.

A distopia é um gênero pessimista por definição, com o objetivo de mostrar o quão ruim algumas atitudes podem ser. A maior parte delas são coisas plausíveis, algumas que acontecem realmente, mas são aumentadas ao ponto de nos causar choque. (Distopia: Características principais, Bárbara Morais)

O Cinema, desde os seus primórdios, nutre certa empatia por narrativas distópicas. Filmes apocalípticos, narrativas pessimistas em um futuro sem esperanças, no qual o homem está preso a uma situação negativa, tendo que sobreviver a fatores adversos, cheio de privações, são temas de diversos filmes anti-utópicos, tais como “Alphaville”, “Matrix”, “Metrópolis”, “Blade Runner: o caçador de andróides”, “1984”, “Fahrenheit 451” e “Laranja Mecânica”. As narrativas distópicas podem ser divididas em três grupos a partir dos elementos que provocam a distopia: o primeiro, a tecnologia; o segundo, as corporações; e o terceiro, o Estado.

A tecnologia possui o discurso de libertação do homem, contudo, nas narrativas distópicas, ela é a causa da desgraça humana, responsável por criar uma sociedade onde o ser humano se torna refém de situações degradantes e totalmente submisso ou ameaçado pelas máquinas. O filme “Alphaville” (1965, França), do cineasta da Nouvelle Vague francesa Jean-Luc Godard (1930-), narra a história de uma cidade controlada pelo onipresente computador Alpha 60. Godard cria uma narrativa na qual o homem é controlado pela máquina e submisso à tecnologia, mesma base do enredo de "Matrix" (1999, EUA) dos Irmãos Wachowski.

As grandes corporações (empresas) são também responsáveis pelo controle humano, não só através do fetiche da mercadoria, mas também pela força e pela coerção. Em “Metrópolis” (1927, Alemanha), o cineasta alemão Fritz Lang (1890-1976) narra uma história centrada em uma sociedade controlada autocraticamente por um empresário, onde os homens são escravizados por uma pequena casta. Os trabalhadores são obrigados a permanecer no subsolo, enquanto uma minoria se aproveita de um status confortável. O filme é um dos marcos do expressionismo alemão e expressa as contradições das relações de trabalho e a exploração do homem pelo homem. No filme “Blade Runner: o caçador de androides” (1982, EUA), o diretor Ridley Scott apresenta uma sociedade futurista controlada pela Corporação Tyrell, responsável por criar androides chamados de Replicantes, que se revoltam contra os seus criadores.

O elemento causador da distopia mais comum é o Estado, representado como uma organização que controla e manipula a existência humana. No filme “1984” (1984, Inglaterra), baseado no livro homônimo do escritor inglês George Orwell (1903-1950), tem-se uma sociedade controlada pelo “Grande irmão”, onde o homem tem todas as suas ações controladas e vigiadas. Os valores humanos são condicionados pelos lemas “Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força” e todos são submissos aos desmandos do Estado, “que está sempre certo”.

O Estado também é o causador da distopia no filme “Fahrenheit 451” (1966, RU) do cineasta francês François Truffaut, no qual os livros são abolidos por provocarem opiniões próprias, que são consideradas antissociais e hedonistas; o pensamento crítico também é suprimido. Os livros são queimados por bombeiros que “livram” os homens da leitura, restando-lhes apenas a resistência de se tornarem livros, ou homens-livros. Já em “Laranja Mecânica” (A Clockwork Orange, 1971, RU), de Stanley Kubrick, a distopia se mostra nos métodos do Estado para controlar o ser humano, como o “Sistema Ludovico”. O personagem Alex (Malcolm McDowell) tem as suas ações condicionadas pelo sistema Ludovico, que se mostra um método eficaz e coercivo de controle social.

Os filmes distópicos, muitas vezes, se confundem, ou são associados, com filmes de ficção científica futurista, no entanto, as narrativas distópicas possuem certas especificidades, tais como o caráter alegórico do enredo. A história se passa em um tempo futuro, mas as bases de construção da narrativa são elementos do presente, assim, cria-se uma relação de crítica e análise da conjuntura da sociedade contemporânea através da projeção das ações e da sociedade em um tempo futuro e em outro lugar, ou topos, mas, ambos são os nossos lugares e tempos, ligados pela alegoria. O pessimismo e a estupidez coletiva, condicionada pela tecnologia, pelas grandes corporações e pelo Estado, são as principais marcas das narrativas distópicas, que poderiam, sim, ser consideradas como um gênero cinematográfico, dada a grande quantidade de filmes que usam a distopia como elemento central do seu enredo. (Cinema e distopia, Breno Rodrigues de Paula).

Definem-se como “Cidades-Cinema”, as cidades idealizadas pelo Cinema a partir de produções fílmicas especificas. A ênfase recai sobre as cidades imaginárias produzidas pelas distopias futuristas encaminhadas pelo Cinema imaginárias produzidas pelas distopias futuristas encaminhadas pelo Cinema, examinando elementos de sua arquitetura, espacialidade, organização sociais, e buscando perceber sua articulação com o roteiro do filme. A hipótese de trabalho apresentada é a de que as cidades imaginárias ou demandas da sociedade que as produziu. Neste sentido, operacionaliza-se aqui a postura metodológica que considera o real e o imaginário não como dimensões separáveis, mas complementares e constituintes de uma unidade complexa.

Uma “Cidade-Cinema” é, rigorosamente falando, qualquer cidade produzida por uma criação fílmica que, dotada de forte singularidade, desempenhe um papel essencial ou estruturamente para a trama, não importando se a cidade-cinema em questão é uma cidade totalmente imaginada pelo autor/cineasta ou se é uma cidade criada com base em uma referência que exista na realidade atual ou que já tenha existido, em algum momento, na realidade histórica. Desde modo, a imaginária “Gotham City”, de Batman (1989), ou a histórica Roma reconstruída em Gladiador (2000), seriam ambas cidades-cinema. Por outro lado, ao lado das representações de cidades reais aparecem ainda, através dos recursos da invenção ou da reinvenção, as ‘construções imaginárias’ propriamente ditas. (A cidade-cinema expressionista uma análise das distopias urbanas pelo cinema nas sete primeiras décadas do século XX, José D’Assunção Barros).

Curitiba nasceu indígena e portuguesa, no primeiro planalto do Paraná, 934 metros acima do nível do mar. Seu nome significa pinheiral, na linguagem dos índios Guarani. Remete à predominância do pinheiro do Paraná em seu território.

A "certidão de nascimento" de Curitiba assinala o dia 29 de março de 1693, quando foi criada a Câmara Municipal. Naquele final de século XVII, a cultura era de subsistência e a atividade econômica tinha base na mineração.

O ciclo econômico seguinte foi o tropeirismo: condutores de gado viajavam entre Viamão, no Rio Grande do Sul, e a Feira de Sorocaba, em São Paulo, de onde os animais eram levados para Minas Gerais. Os tropeiros faziam invernados a meio caminho, nos "campos de Curitiba", acampamentos que só eram desmontados depois da estação fria. Aproveitavam o inverno para fazer negócios e acabaram induzindo Curitiba à condição de importante entreposto comercial.

Muitas outras marcas se devem ao ciclo tropeiro, que durou mais de dois séculos: a erva-mate na forma de chimarrão (quente, porque o tererê dos índios era com água fria), o uso de ponchos de lã, a carne assada, o fogo de chão que provocava as rodas de prosa e os "causos", o sotaque escandido, a abertura de caminhos e a formação de povoados.

Dois outros ciclos econômicos foram praticamente paralelos na história de Curitiba: o da erva-mate e o da madeira. Sua expansão, no final do século XIX, motivou a construção da Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba, primeira ligação da capital da então Província do Paraná com o Litoral. Feita em cinco anos (1880-85), a ferrovia é uma das maiores obras da engenharia nacional, graças aos irmãos engenheiros Antonio e André Rebouças. Utilizou grandemente a força de trabalho dos imigrantes, chegados em massa desde meados dos anos 1800.

Curitiba se beneficiou, no início do século XX, com a riqueza oriunda dos engenhos de erva-mate. Seus proprietários, os "barões da erva-mate", construíram mansões para moradia na capital, em boa parte preservada em dois conjuntos significativos, nos bairros Batel e Alto da Glória.

O ciclo econômico seguinte foi o da monocultura do café, que semeou cidades no norte do Estado do Paraná, com reflexos evidentes sobre a economia da capital.

Castigado pelas intempéries, o café foi sendo aos poucos substituído pela soja, até sua completa erradicação após a geada negra de julho de 1975.

A cultura mecanizada da soja expulsou trabalhadores do campo. Curitiba recebeu grandes contingentes de migrantes. Precisou de decisões rápidas para evitar o caos urbano e antecipar demandas futuras. Investiu no planejamento urbano e na gestão municipal centrada no homem, ou seja, nos 1.587.315 habitantes recenseados em 2000.

Até o século XIX, os habitantes de Curitiba eram índios, mestiços, portugueses e espanhóis. A imigração começou a ser interessante a partir de 1808, quando um decreto do Príncipe Regente Dom João VI passou a permitir aos estrangeiros o direito de propriedade sobre as terras. Após a Independência do Brasil, em 1822, o país reforçou sua preocupação com a ocupação do território. Em Curitiba, essa preocupação cresceu ainda mais a partir de 1853, quando o Paraná, que era Comarca de São Paulo, tornou-se Província independente. Foi intensa, no período, a imigração em massa de europeus.

Os primeiros imigrantes a se estabelecer em Curitiba foram alemães. O casal Michael Midler e Anna Krantz chegou em 1833, reimigrado espontaneamente de Rio Negro - onde chegara em 1829. Eles inovaram a vida curitibana com frutas européias e batatas inglesas de sua chácara, e, com o lucro, compraram toda a área entre as atuais ruas Riachuelo e Carlos Cavalcanti, bem como ao longo da Rua Barão do Serro Azul até a praça 19 de Dezembro.

Os alemães ocuparam a área mais central e urbanizada de Curitiba. Iniciaram o processo de industrialização - metalurgia e gráfica -, incrementaram o comércio, introduziram modificações na arquitetura, difundiram a noção do associativismo e tiveram forte influência no teatro, na musica e até na ginástica.

Os poloneses chegaram em 1871 e criaram as colônias de Tomás Coelho (Araucária), Muricy (São José dos Pinhais), Santa Cândida, Orleans, Pilarzinho e Abranches. Atuaram basicamente na lavoura e no comércio. Hoje formam, em Curitiba, a maior colônia polonesa do Brasil.

Os primeiros italianos chegaram a Curitiba em 1872. A eles se deve a criação, em 1878, do bairro Santa Felicidade, em terras compradas dos irmãos Borges e de nome em homenagem a Felicidade Borges. Operários, artesãos, profissionais especializados, comerciantes e agricultores, os italianos deixaram marcas fortes, por exemplo, na arquitetura (a igreja tem a nave separada da torre), na culinária, no artesanato em palha e vime, nos jogos como a bocha e a mora, na música e na introdução de implementos agrícolas.

Os ucranianos vieram em massa em 1895. Estabeleceram-se no Campo da Galícia (hoje Praça 29 de Março, na regiões centrais, e arredores) e foram expandindo suas propriedades ao longo da atual avenida Cândido Hartmann e pelo bairro Bigorrilho. Sua influência é similar á dos poloneses e dos russos, em campos como a arquitetura (igrejas com cúpulas em forma de cebola, por exemplo), a culinária e a religiosidade.

Os primeiros japoneses marcaram presença em Curitiba a partir de 1915, com a chegada de Mizumo Ryu. Em 1924 se deslocaram em maior número e se fixaram em bairros como Uberaba, Campo Comprido e Santa Felicidade, além do atual município de Araucária. Entre outras contribuições, introduziram novas técnicas agrícolas e as artes marciais.

Também no século XX chegaram a Curitiba sírios e libaneses, hábeis vendedores que se estabeleceram com comércio de roupas, sapatos, tecidos e armarinhos. Os pioneiros eram mascates, que viajavam em lombo de burro e vendiam de porta em porta. Quando estabeleceram lojas, escolheram a área central de Curitiba.

Característica geral dos grupos de imigrantes é sua grande associatividade, em função das necessidades da comunidade referentes à assistência médica e social, a diversões e esportes, a instrução e vida religiosa.

Em centros urbanos como Curitiba, os imigrantes constituíram uma classe média capaz de poupar e investir, criando uma burguesia empresarial de certa relevância. Com isso, representaram um importante elemento urbanizador, pois constituíram grande parte dessa elite empresarial.

A assimilação não é um processo de incorporação pura e simples do imigrante na sociedade de adoção, mas é um processo bilateral. O imigrante recebe bens culturais e aprende com a sociedade que o adotou, mas também, paralelamente, contribui com seus próprios valores culturais nessa sociedade de adoção. Ele traz consigo bens culturais, tanto materiais como espirituais.

Os imigrantes trouxeram, para o sistema de pequenas propriedades, as cercas que as fecham; trouxeram o arado, a carroça de toldo, a indústria moageira, as culturas agrícolas, o trigo, a cevada, o trigo mourisco; introduziram a broa.

Em Curitiba se come broa com vina. Em lugar algum do Brasil se sabe o que é vina, só nos sabemos que é a wienerwurst, a salsicha feita à moda de Viena. Aqui comemos purê de maçã, charutos de repolho, tortas de mil folhas, apffelstrudel, tortas de semente de papoula, creme de raiz forte. Aqui tomamos coalhada e sopa de beterraba.

A arquitetura é outro exemplo dessa integração. Basta andar pela cidade e olhar as igrejas de cúpulas bizantinas. Basta olhar as casas com lambrequins, outra influência da imigração.

Há as festas de Páscoa com pêssankas (ovos pintados) de filigrana e os natais com pinheirinhos salpicados de algodão e Papai Noel, um derivativo norte-americano de São Nicolau, com pesadas vestes bizantinas em pleno verão. Ou então as procissões de Corpus Christi, com seus tapetes de flores.

Essas influências, trazidas pelos imigrantes, foram incorporadas pela sociedade de adoção a tal ponto que nem causam surpresa ou despertam curiosidade. Mas compõem uma historia-documento para ser usada na construção de uma existência melhor, espelhada no rosto multifacetado do curitibano de hoje. (Portal da prefeitura de Curitiba)

Com mais de 20 mil inscritos e 950 mil visualizações, o canal do Youtube “Tesão Piá” brinca com os jargões, gírias e tradições curitibanas, se tornando uma referência de humor na capital paranaense. (Equipe do ‘Tesão Piá’ é entrevistada no jornal da Teia, Pamela Castilho Cahene).

O curitibano é um povo cheio de manias. Tomar cafezinho na Boca Maldita e passear pelo calçadão da Rua XV são dois exemplos. Também é comum aqui em Curitiba, morar ao lado de um vizinho durante anos e nunca saber o seu nome, como se dizer "Bom dia" fosse um pecado mortal. Dizem que só descobrimos o nome de um vizinho se a correspondência dele for entregue por engano em nossa casa. (O curitibano um povo cheio de manias, Carlos Alberto Noviski).

O curitibano organiza fila para qualquer coisa. Banheiro, elevador, barzinho e ponto de ônibus. Repara em qualquer pessoa como se ela viesse de outro planeta. Pergunta a qualquer universitário se ele é estudante da UFPR. Acha que quem não é nascido em Curitiba sempre joga lixo no chão. Por isso, faz questão de andar com o bolso atolado de papéis de bala até encontrar uma lata de lixo. Acha que tudo em Curitiba é melhor do que em outros lugares, mesmo sem nunca ter saído da cidade. Tem orgulho do céu cinzenta. Chama salsicha de vina. Em vez de biscoito, diz bolacha. Chamam meninos de piá e meninas de guria. Balão não existe. Aqui se chama bexiga. Acha que não tem sotaque algum e fala o “português mais correto do Brasil”. Por isso, ridiculariza o sotaque de todos os outros povos. (Rol de manias e piadas curitibanas, Macedo)

Curitiba tem vários parques, praças e ruas cheias de significados e beleza. Confira os dez principais pontos turísticos de Curitiba:

·         O Parque Barigui que é o parque mais frequentado de Curitiba. Além de refúgio para vários animais, o parque é também a grande área de preservação natural da região central da cidade.

·         Um dos cartões postais mais famosos, o Jardim Botânico funciona como um centro de pesquisas da flora do Paraná. Contribui para a preservação e conservação da natureza, para a educação ambiental e ainda oferece uma alternativa de lazer para a população. Sua principal atração é uma estufa de ferro e vidro, inspirada no Palácio de Cristal de Londres. Emoldura a estufa um imenso jardim francês com seus canteiros geométricos. 

·         A Rua XV de Novembro é o centro de comércio popular de Curitiba. Os turistas podem encontrar lojas de roupas, calçados, acessórios, panificadoras, restaurantes, bancos... E mais: os tradicionais bares para tomar uma cervejinha ou saborear um lanche. Na XV ainda tem o famoso Bondinho da XV e o Palácio Avenida, onde acontecem as apresentações do Natal mais famoso do país! O bairro São Francisco é famoso pelos bares, pelas construções antigas, pela Igreja da Ordem e pela famosa Feira de Arte e Artesanato do

·         Largo da Ordem, também conhecida como Feirinha do Largo. E um turista que se preze não pode deixar de visitá-la. A Feirinha acontece todos os domingos, das 9h às 14h, e é gratuita. Os visitantes encontram mais de mil barracas com os mais diversos produtos como artesanato, comidas, livros, bolsas, roupas, peças para decoração.

·         O bairro Centro Cívico é a sede dos Poderes do Estado do Paraná, com o Palácio Iguaçu, a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Justiça, além da Prefeitura de Curitiba. Foi implantado em 1953, no centenário da emancipação política do Paraná.

·         O Museu Oscar Niemeyer (MON), obra do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, foi inaugurado em 2002. O prédio, antes chamado de Edifício Presidente Humberto Castelo Branco, passou por adaptações e ganhou um anexo, popularmente chamado de "Olho". O espaço é dedicado à exposição de artes visuais, arquitetura e design e é composto por aproximadamente duas mil peças. 

·         Construído em estrutura tubular, o Teatro Ópera de Arame, de 1992, é um espaço que se integra à natureza do local. Ao seu lado, a Pedreira Paulo Leminski, que já foi palco de grandes acontecimentos culturais e artísticos de Curitiba. Mais adiante está o Farol das Cidades, biblioteca informatizada conectada à internet.

·         Mais conhecida como Torre da Telepar, a Oi Torre Panorâmica foi construída pela Telepar que após a privatização passou a ser propriedade da Brasil Telecom, e atualmente da Oi. Com quase 110 metros de altura, a Torre possui um mirante com vista de 360 graus para a cidade de Curitiba e um museu que conta a história da telefonia.

·         O bairro de Santa Felicidade é formado por imigrantes italianos das regiões do Vêneto e do Trentino. Principal eixo gastronômico de Curitiba é um desfile de casas típicas, unidades de interesse de preservação pelo valor histórico e arquitetônico. Os restaurantes são os destaques do local.

·         O Parque Tanguá fica situado entre os municípios de Curitiba e Almirante Tamandaré. Conta com um mirante com 65 metros de altura, cascata, lagos, ciclovia, ponte, churrasqueira e um jardim em estilo francês com canteiros de flores e espelhos d’água. Uma das principais atrações é apreciar o pôr-do-sol. (Confira os dez principais pontos turísticos de Curitiba, Geziane Diosti).

Nos últimos anos, tem havido um aumento do interesse em Design Fiction como uma nova prática ou abordagem no âmbito da investigação de projeto. Deste então, os designers tem usado a ficção como uma técnica para a experimentação de modelos alternativos para a sociedade. Entendemos como ficção aquilo que não é real. (The Role of Fiction in Experiments within Design, Art & Architecture, Knutz, Markussen e Christensen).

O museu, inaugurado em 2002, é um projeto do arquiteto Oscar Niemeyer. Inicialmente era o "Novo Museu" ou o "Museu do Olho". Em 2003, foi rebatizado como Museu Oscar Niemeyer (MON).

O projeto aproveitou as instalações de uma antiga escola, que também era um projeto de Niemeyer de 1967. A estrutura externa, que lembra um grande olho, impressiona pelas formas. É uma edificação, anexada à já existente, com 70 metros de comprimento, 30 de largura e cobertura parabólica apoiada em uma torre de 21 metros de altura. Uma passagem subterrânea faz a ligação entre os dois prédios. O Museu é um dos maiores complexos de exposição do Brasil, com cerca de 16 mil m² destinados a obras de arte. Conta com diversos ambientes, incluindo um auditório para 400 lugares, café e espaços de lazer. Em sua inauguração buscou-se um foco de atuação nas artes plásticas, no design, na arquitetura e no urbanismo. O Museu, entretanto, não possuía acervo próprio até o início de 2003. (Guia Geográfico, Cultura em Curitiba)

O Projeto do Museu Segundo Oscar Niemeyer:

‘O projeto surgiu com a iniciativa surpreendente do Governador Jaime Lerner de transformar uma escola existente num grande museu de arte. Tinha razão. A escola por mim projetada, muitos anos atrás, prestava-se perfeitamente para isso. Era bonita, suspensa sobre pilotis e tão atualizada estruturalmente que seus apoios tinham afastamentos de 30 e 60 metros. A minha primeira ideia foi desenhar um novo museu em sua cobertura, com a mesma audácia estrutural que distinguia aquela construção. Como depois verificamos, essa solução apresentava problemas técnicos difíceis de avaliar, o que nos levou a outra solução: um grande salão, independente da obra já realizada, e tão arrojada que caracterizasse a arquitetura inovadora do museu. No bloco existente da antiga escola ficariam os serviços gerais do museu. No térreo, um auditório e um restaurante; no piso superior, a parte administrativa, as salas de exposição e as áreas destinadas a atividades culturais e educativas. No subsolo, instalações técnicas, acervo etc. E ao ar livre, exposições de esculturas. No museu propriamente dito, o grande salão de exposições, fantástico, com a sua imensa cobertura luminosa, suspenso no ar, a vista a correr por toda a cidade, através dos grandes vidros das fachadas. Um sistema de esquadrias tão diferente de tudo que foi feito até hoje que vale a pena comentar. Não queríamos que os montantes das esquadrias fossem verticais. Dariam a ideia de suportes da cobertura, que sem apoios cobre o salão. Preferimos projetá-los em diagonal como um grande painel. No queríamos tampouco usar os habituais brise-soleil, criando para isso, entre os vidros, elementos metálicos de proteção solar. E foi com o mesmo apuro que desenhamos todo o conjunto do museu. Uma obra exemplar, que demonstra o progresso da engenharia em nosso país. Ao Governador Jaime Lerner agradecemos a oportunidade que nos ofereceu, e a Alex Beltrão o apoio invariável dele recebido. ’

Petrobras sinalizou nesta terça-feira que deverá renovar o contrato de fornecimento de gás natural com a Bolívia, que vence em 2019, para atender a crescente demanda no país.

"É inquestionável a necessidade de gás da Bolívia ... A Petrobras precisa renovar o contrato", afirmou a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, em entrevista a jornalistas na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

O contrato com a Bolívia prevê a oferta de até 30 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, dos quais 24 milhões de referem-se a uma oferta firme e outros 6 milhões, flexível. Pouco antes da declaração da presidente, o diretor de Gás e Energia da estatal, José Alcides Santoro, havia declarado, no mesmo evento, que a empresa não tem "nenhuma intenção de não continuar o contrato da Bolívia". Mesmo com contrato vencendo em 2019, o plano de negócios da Petrobras contempla importações de gás boliviano em 2020. Segundo Santoro, a estatal ainda terá gás a receber após o fim do contrato, como uma espécie de crédito por volumes não entregues anteriormente. Considerando o gás da Bolívia, a Petrobras planeja elevar a oferta de 100 milhões para 171 milhões metros cúbicos de gás natural por dia no Brasil entre 2013 e 2017, para atender a demanda que passará de 98 milhões para 142 milhões de metro cúbicos no mesmo período. A Petrobras pretende elevar também a oferta de gás a partir de campos do pré-sal. Mas o aumento ainda não será suficiente para viabilizar o transporte do combustível por navio na forma de Gás Natural Liquefeito (GNL), ou gás comprimido, como alternativa aos gasodutos.

"Ainda não há gás suficiente para adotar esta opção", disse Graça, acrescentando ser "fã" do transporte alternativo.

Por isso a Petrobras utilizará gasodutos para o transporte do gás do pré-sal, com um ligando a Bacia de Santos até o litoral de Maricá. De lá, o gás será transportado por terra ao Coperj, em Itaboraí (RJ). Paralelamente, a estatal analisa áreas com potencial de exploração de gás não convencional, e já contratou uma empresa especializada para tal finalidade. Segundo Graça, porém, o Brasil não possui infraestrutura tão sofisticada quando Estados Unidos para conseguir reduzir os preços do gás na mesma magnitude que os norte-americanos fizeram quando descobriram e passaram a explora o gás não convencional. (Petrobras deve renovar o contrato de gás natural com Bolivia, Rodrigo Viga Gaier e Sabrina Lorenzi)

O problema particular da Bolívia, que não resiste a ameaçar o Brasil quando pode, é sua história. Desde que os espanhóis financiaram seu império no século 16 sugando ouro e prata das minas do Potosí, a Bolívia sempre viu seus recursos naturais explorados por estrangeiros. Foi assim com o carvão, com o estanho. A vasta reserva de gás, descoberta em 1995 e que parece ser maior a cada estudo, soa a muitos bolivianos como sua última chance. Assim, a população é cada vez mais suscetível ao clamor pela estatização, pelo arrocho das multinacionais. Trata-se do país mais pobre da América do Sul.

Sem dinheiro ou know-how para tirar o combustível da terra, durante o primeiro governo Gonzalo Sánchez de Lozada decidiu-se pela procura de parceiros externos. Lozada foi o típico governante de Terceiro Mundo nos anos 90: privatizador. A diferença é que não vendia todas as empresas, mas apenas participações acionárias. No negócio da construção da infraestrutura e exploração do gás, seus parceiros incluíram a Enron – a mesma do escândalo financeiro nos EUA –, a Shell, a francesa Total e, principalmente, a espanhola Repson e a Petrobras. Uma estatização repentina, a esta altura, custaria particularmente caro às duas últimas.

O gás natural é um combustível fóssil como o petróleo, mas tem características um bocado diferentes. Seu componente principal é o metano, que na atmosfera se transforma em dióxido de carbono e água. Ou seja, polui pouco. Demorou tanto tempo para ser explorado porque o transporte é muito difícil. Petróleo e óleos derivados são líquidos, basta pô-los no navio e carregar. O gás natural exige gasodutos caríssimos e não atravessa oceanos. Ou assim era até há pouco.

Reduzido a 170ºC negativos, o gás natural se liquefaz e ocupa 600 vezes menos volume. A técnica de liquefação só começou a ser explorada em fase de testes nos anos 60 e se desenvolveu comercialmente nos últimos anos. É caríssima: exige navios especiais – de acordo com um relatório da Administração de Informação sobre Energia dos EUA, existem apenas 206 deles no mundo; além disto, plantas bilionárias de liquidificação do gás e, na ponta do comprador, portos cuidadosamente adaptados e plantas de regaseificação igualmente caras. Sai bem mais do que os 2 bilhões de dólares do gasoduto Brasil-Bolívia. Hoje, 139 milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito são vendidos no mundo, isto é mais ou menos um quarto do negócio. O resto vai por gasoduto.

O Brasil depende da Bolívia para atender sua demanda de gás natural, mas a Bolívia precisa do Brasil para vendê-lo. No fundo, o Brasil é praticamente seu único mercado de peso. Argentina ou Paraguai são quase um troco.

Há um projeto boliviano, antigo, de exportação para os EUA. Mas é difícil: mesmo que venha o perdão da dívida externa prometida pelo G8, ainda assim a Bolívia precisaria pedir empréstimos internacionais altos para implantar toda a infraestrutura de produção de gás natural liquefeito. Quem acabou de estatizar, dando prejuízo às multinacionais, teria dificuldade para consegui-los. O problema é delicado também do ponto de vista diplomático: a Bolívia não tem litoral. Tinha até 1879, mas perdeu para o Chile numa guerra. O projeto de venda de gás liquefeito aos EUA traçaria uma rota pelo Pacífico até Baja California, no México, onde haveria a regaseificação e, então, o produto seguiria por gasoduto até a Califórnia. Mas antes tem de chegar ao litoral e, para isso, ou atravessa os Andes no Peru com um cano ou rediscute a relação estremecida há mais de século com o Chile.

Ainda assim, grupos ecologistas que são particularmente militantes e onipresentes na Califórnia não querem gás natural naquele estado americano. Não é que polua demais, mas é combustível fóssil. E os militantes sentem que, se vier oferta de gás natural bom e barato, os estudos locais de alternativas energéticas ecológicas ficarão sem incentivo.

A Bolívia terá de conviver com o Brasil. É seu melhor e maior parceiro. Até porque, em 2004, o governo brasileiro anunciou a descoberta de uma lauta reserva de gás natural no litoral de Santos. Ainda não há ideia de seu tamanho exato, mas é grande. Ou, nas palavras da professora Goret Pereira Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, "pode ser até uma Bolívia". A partir do momento em que decidir investir na exploração, a Petrobras tirará gás natural próprio em cinco anos.  (Gás une e desune Brasil e Bolivia, Pedro Doria)

Apesar de todos os esforços, as relações diplomáticas entre o Brasil e a Bolívia não são tão tranquilas como parece. Exemplo disso é que, de tempos em tempos, surge alguma polêmica para abalar a diplomacia entre os dois países. (Brasil e Bolívia: um histórico de polêmicas e constrangimentos)

Através das informações anteriores desenvolvemos nossa ideia de projeto, uma distopia curitibana. Curitiba é conhecida por seus pontos turísticos e assim decidimos focar em apenas um ponto e produzir todo o enredo da história. Dessa forma escolhemos o Museu Oscar Niemeyer.

Bolívia cansada de ser ‘explorada’ pelo Brasil resolve se unir com outras potências e dominar o território brasileiro. Após guerras e conflitos, com muitas mortes de ambos os lados, o Brasil se rende e passa a ser explorado pelo país rival. A trama se desenvolve em Curitiba, capital do Paraná. A cidade está devastada. Prédios foram destruídos e seus pontos turísticos servem de abrigo para os sobreviventes que perderam suas casas. Indivíduos caminham pelas ruas repletas de objetos deixados para trás e carros abandonados. Casas e lojas foram saqueadas, pessoas morreram lutando por comida e um lugar para se refugiar. Com a falta de árvores, o ar se tornou irrespirável e os habitantes são obrigados a usar máscaras. A saúde é precária, doentes se amontoam nos corredores dos hospitais entre mortos.  Para se alimentar, cultivam pequenas plantações, tentando resgatar o verde da cidade e assim seu oxigênio. Com a falta da eletricidade os diversos aparelhos eletrônicos perderam sua funcionalidade, se tornando inúteis, com as necessidades do dia a dia e o acumulo de lixos eletrônicos os sobreviventes pouco a pouco passaram a dar uma nova função ao lixo fazendo com que os mesmos exercem uma nova tarefa, enquanto alguns sobreviventes lutam para que a cidade deixe de ser uma cidade depositória, cultivando em lugares seguros pequenas mudas de plantas encontradas entre os destroços. Alguns indivíduos que pouparam suas últimas cargas de bateria utilizam-nas para registrar a situação atual ou esperam um momento mais adequado para fazer uso delas.

3.   REFERÊNCIAS

http://www.infoescola.com/literatura/distopia-na-literatura/

http://www.nemumpoucoepico.com/2012/07/distopia-caracteristicas-principais/

http://www.revistafantastica.com.br/reportagens/a-distopia-nossa-de-cada-dia/

http://cadernos.iesp.uerj.br/index.php/CESP/article/viewArticle/71

http://livrespensantes.blogspot.com.br/2013/02/distopia.html

http://www.travessacinematografica.com.br/2012/06/cinema-e-distopia.html

http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/a-cidade-cinema-expressionista-uma-an-lise-das-distopias-urbanas

http://www.teianoticias.com/2013/06/06/equipe-do-tesao-pia-e-entrevistada-em-edicao-especial-do-jornal-da-teia/

http://www.curitiba.pr.gov.br/

http://travessurasdalalinha.blogspot.com.br/2009/08/blog-post.html

http://mariolobato.blogspot.com.br/2012/10/o-curitibano-e-um-povo-cheio-de-manias.html

http://www.tripadvisor.com.br/Tourism-g303441-Curitiba_State_of_Parana-Vacations.html#24695601

http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php?pag=sl104

http://www.cultura-arte.com/curitiba/museu-niemeyer.htm

http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/petrobras-deve-renovar-o-contrato-de-gas-natural-com-bolivia

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ARTIGO DE HIPERMÍDIA

DISTOPIA CURITIBANA

CURITIBA

SETEMBRO DE 2013

SUMÁRIO

1.    Sumário .......................................................................................... 2

2.    Introdução ...................................................................................... 3

3.    Desenvolvimento .............................................................................. 4

4.    Referências ..................................................................................... 17

1.   INTRODUÇÃO

Neste artigo será discutido o termo utopia e distopia, dando foco à origem da distopia, uma análise de como ela vem sendo usada no cinema e na literatura, Curitiba e seus principais pontos turísticos. Contendo brevemente o processo do projeto do Museu Oscar Niemayer, além das manias e gírias curitibanas. E por último a relação do gás natural entre Bolívia e Brasil.

2.   DESENVOLVIMENTO

O termo utopia foi muito difundido graças à obra “Utopia" do filósofo humanista Thomas More (1478-1535), na qual há a criação de uma sociedade perfeita, sem contradições e privações. Porém o primeiro escrito conhecido é o livro de Platão, A República que remonta a 380 a.C. Contudo, o termo mais usual é “socialismo utópico” e foi dado de forma pejorativa pelos adeptos do marxismo, que se autodenominavam arautos do socialismo cientifico. (Cinema e distopia, Breno Rodrigues de Paula).

Exemplos de projetos utópicos é a capital do Brasil, Brasília projetada em uma tentativa de fazer uma perfeita cidade funcionalista (1960). A inauguração de ocorreu em 22 de Abril de 1960. Esta área central do Brasil não era nada mais do que um deserto. O plano da cidade foi desenvolvido com Oscar Niemeyer o arquiteto principal, Lúcio Costa como o urbanista e Roberto Burle Marx como paisagista. Este projeto gigante foi decidido pelo ex- presidente do Brasil, Juscelino Kubitschek, que se tornou Presidente em 1956. (The Role of Fiction in Experiments within Design, Art & Architecture, Knutz, Markussen e Christensen).

A distopia por sua vez, também conhecida como antiutopia, é um conceito filosófico adotado por vários autores e expresso em suas criações ficcionais, nas quais eles retratam uma sociedade construída no sentido oposto ao da utopia. As comunidades regidas pela distopia normalmente apresentam governos totalitários, ditatoriais, os quais exercem um poder tirânico e um domínio ilimitado sobre o grupo social. (Distopia na Literatura, Ana Lucia Santana).

É interessante ver os limites que a imaginação humana consegue dar para as relações entre as pessoas e como em alguns casos alarmantes chegamos bem perto do que foi imaginado. Ultimamente, o termo vem sendo utilizado cada vez mais para caracterizar filmes, livros e séries, mas ainda não é muito conhecido. Ao mesmo tempo em que alguns não sabem o que quer dizer ou o que o denomina, outros usam a torto e a direito na tentativa de tornar alguns produtos mais vendáveis. O problema todo é que, a palavra distopia não foi criada com o intuito de descrever um estilo específico de obras ficcionais e sim num discurso político. Dizem que um dos usos da história é entender o presente, então é fundamental sabermos o contexto em que o termo foi criado para poder entendê-lo.

Em 1829, o Reino Unido reconheceu a Irlanda como parte de seu território, mas não lhe deu liberdade para tomar suas próprias decisões. Assim, a Irlanda possuía assentos no Parlamento onde as decisões eram tomadas, mas era praticamente como se os britânicos os governassem. Os problemas entre os dois territórios não são recentes, mas é durante esse período que a maior parte dos movimentos rebeldes (como o IRB, predecessor do IRA) surge. Em 1867, o IRB promove uma tentativa levante contra os britânicos que dá errado e o governo toma medidas drásticas contra eles. É durante uma das reuniões sobre a questão da Irlanda que surge o termo distópico, usado pelo Mill. Ele diz:

“Posso ser a permissão, como um que, acostumado com minhas qualidades, foi submetido ao cargo de ser utópico, para parabenizar o Governo em ter-se juntado a essa ótima companhia. É, talvez, muito elogioso chamá-los de utópicos, pois eles podem muito bem ser distópicos ou cacotópicos. O que é normalmente chamado de utópico é algo bom demais para ser praticado, mas o que eles preferem parece ser ruim demais para ser praticado.”

O contexto é claro: as ações e intenções do governo têm sido tão ruins, que ele é o oposto de uma utopia. Mas prestem bastante atenção: no caso, as coisas ruins são as coisas que são contra as ideias de Mill. Ele defende a liberdade pessoal e não a opressão de estado defende a igualdade entre as pessoas e não a superioridade. No discurso em que essa frase aparece, ele faz toda uma análise da relação do reino Unido e da Irlanda e mostra que eles nunca trataram o outro país com respeito e que, se depender do governo, nunca os tratará. Ele enumera uma série de medidas – de se recusar a comprar gado irlandês a culpá-los de serem atrasados por serem católicos – e procede a dizer o que deve ser modificado para que os ânimos se acalmem no país.

E se você parar para pensar nas obras distópicas – pelo menos nas mais famosas – as sociedades assim chamadas são exatamente o oposto do que Mill defende. Ele também usa cacotópico e ambas as palavras significam a mesma coisa: lugar ruim. Utopia é o lugar bom, ideal, com coisas impraticáveis e a distopia (ou a cacotópia) é a anti-utópia, oposto dela. (Distopia: Uma origem política, Bárbara Morais)

Existe um tipo “clássico” de distopia que é mais fácil de classificar. Tem gente que acha que distopia só pode existir no futuro ou que só pode ser ficção científica. Isso não é verdade. (Distopia: Características principais, Bárbara Morais)

A maioria das distopias tem alguma conexão com o nosso mundo, mas frequentemente se refere a um futuro imaginado ou a um mundo paralelo no qual a distopia foi engendrada pela ação ou falta de ação humana, por um mau comportamento ou por ignorância.

A literatura distópica costuma apresentar pelo menos alguns dos seguintes traços:

1.    Tem conteúdo moral, projetando o modo como os nossos dilemas morais presentes figurariam no futuro.

2.    Oferecem crítica social e apresentam as simpatias políticas do autor.

3.    Exploram a estupidez coletiva.

4.    O poder é mantido por uma elite, mediante a somatização e consequente alívio de certas carências e privações do indivíduo.

5.    Discurso pessimista, raramente “flertando” com a esperança.

(Wikipédia, a enciclopédia livre).

Distopias geralmente possuem um motivo para terem acontecido. Seja uma guerra, uma praga, o apocalipse, uma revolução, superpopulação, sempre há uma explicação para o motivo para a aplicação de medidas extremas naquela sociedade. Como uma distopia se passa tipicamente no futuro, normalmente há uma tecnologia mais avançada do que a que existe no presente.

Ao contrário da literatura utópica em que um herói de fora conhece a sociedade, normalmente o herói da distopia é alguém de dentro do sistema. Um herói de fora iria ter um maior entendimento do que está errado numa distopia, subvertendo um pouco o objetivo da distopia. Um herói de fora não tem a assistência das pessoas que fazem parte da sociedade distópica, por ser visto como “diferente”.  Além disso, normalmente o herói é alguém que questiona a sociedade porque sente que há algo inerentemente errado nela e decide que vale a pena fazer algo mudar. Às vezes, as visões dos heróis batem de frente com a das outras pessoas, mostrando que a fronteira entre utopia e distopia é basicamente de opinião. Eles também citam que outro arquétipo de herói é aquele que é de uma classe social alta, que consegue ver tudo que está errado no sistema e tenta mudar, sem muito sucesso.

Em outros casos, o protagonista leva seus medos para algum representante da distopia que articula seus princípios. Normalmente há um grupo de pessoas que não está sob o completo controle do Estado e é nesse grupo que o protagonista geralmente confia para tentar ajudá-lo a mudar o sistema, embora na maior parte das vezes não tenha sucesso.

A história normalmente não é resolvida, mesmo que o herói consiga escapar ou destruir a distopia. Às vezes, a narrativa é lida com personagens que estão insatisfeitos e se rebelam, mas que não conseguem mudar nada efetivamente. O personagem acaba mudando para poder se adaptar às regras sociais.

A distopia é um gênero pessimista por definição, com o objetivo de mostrar o quão ruim algumas atitudes podem ser. A maior parte delas são coisas plausíveis, algumas que acontecem realmente, mas são aumentadas ao ponto de nos causar choque. (Distopia: Características principais, Bárbara Morais)

O Cinema, desde os seus primórdios, nutre certa empatia por narrativas distópicas. Filmes apocalípticos, narrativas pessimistas em um futuro sem esperanças, no qual o homem está preso a uma situação negativa, tendo que sobreviver a fatores adversos, cheio de privações, são temas de diversos filmes anti-utópicos, tais como “Alphaville”, “Matrix”, “Metrópolis”, “Blade Runner: o caçador de andróides”, “1984”, “Fahrenheit 451” e “Laranja Mecânica”. As narrativas distópicas podem ser divididas em três grupos a partir dos elementos que provocam a distopia: o primeiro, a tecnologia; o segundo, as corporações; e o terceiro, o Estado.

A tecnologia possui o discurso de libertação do homem, contudo, nas narrativas distópicas, ela é a causa da desgraça humana, responsável por criar uma sociedade onde o ser humano se torna refém de situações degradantes e totalmente submisso ou ameaçado pelas máquinas. O filme “Alphaville” (1965, França), do cineasta da Nouvelle Vague francesa Jean-Luc Godard (1930-), narra a história de uma cidade controlada pelo onipresente computador Alpha 60. Godard cria uma narrativa na qual o homem é controlado pela máquina e submisso à tecnologia, mesma base do enredo de "Matrix" (1999, EUA) dos Irmãos Wachowski.

As grandes corporações (empresas) são também responsáveis pelo controle humano, não só através do fetiche da mercadoria, mas também pela força e pela coerção. Em “Metrópolis” (1927, Alemanha), o cineasta alemão Fritz Lang (1890-1976) narra uma história centrada em uma sociedade controlada autocraticamente por um empresário, onde os homens são escravizados por uma pequena casta. Os trabalhadores são obrigados a permanecer no subsolo, enquanto uma minoria se aproveita de um status confortável. O filme é um dos marcos do expressionismo alemão e expressa as contradições das relações de trabalho e a exploração do homem pelo homem. No filme “Blade Runner: o caçador de androides” (1982, EUA), o diretor Ridley Scott apresenta uma sociedade futurista controlada pela Corporação Tyrell, responsável por criar androides chamados de Replicantes, que se revoltam contra os seus criadores.

O elemento causador da distopia mais comum é o Estado, representado como uma organização que controla e manipula a existência humana. No filme “1984” (1984, Inglaterra), baseado no livro homônimo do escritor inglês George Orwell (1903-1950), tem-se uma sociedade controlada pelo “Grande irmão”, onde o homem tem todas as suas ações controladas e vigiadas. Os valores humanos são condicionados pelos lemas “Guerra é Paz, Liberdade é Escravidão, Ignorância é Força” e todos são submissos aos desmandos do Estado, “que está sempre certo”.

O Estado também é o causador da distopia no filme “Fahrenheit 451” (1966, RU) do cineasta francês François Truffaut, no qual os livros são abolidos por provocarem opiniões próprias, que são consideradas antissociais e hedonistas; o pensamento crítico também é suprimido. Os livros são queimados por bombeiros que “livram” os homens da leitura, restando-lhes apenas a resistência de se tornarem livros, ou homens-livros. Já em “Laranja Mecânica” (A Clockwork Orange, 1971, RU), de Stanley Kubrick, a distopia se mostra nos métodos do Estado para controlar o ser humano, como o “Sistema Ludovico”. O personagem Alex (Malcolm McDowell) tem as suas ações condicionadas pelo sistema Ludovico, que se mostra um método eficaz e coercivo de controle social.

Os filmes distópicos, muitas vezes, se confundem, ou são associados, com filmes de ficção científica futurista, no entanto, as narrativas distópicas possuem certas especificidades, tais como o caráter alegórico do enredo. A história se passa em um tempo futuro, mas as bases de construção da narrativa são elementos do presente, assim, cria-se uma relação de crítica e análise da conjuntura da sociedade contemporânea através da projeção das ações e da sociedade em um tempo futuro e em outro lugar, ou topos, mas, ambos são os nossos lugares e tempos, ligados pela alegoria. O pessimismo e a estupidez coletiva, condicionada pela tecnologia, pelas grandes corporações e pelo Estado, são as principais marcas das narrativas distópicas, que poderiam, sim, ser consideradas como um gênero cinematográfico, dada a grande quantidade de filmes que usam a distopia como elemento central do seu enredo. (Cinema e distopia, Breno Rodrigues de Paula).

Definem-se como “Cidades-Cinema”, as cidades idealizadas pelo Cinema a partir de produções fílmicas especificas. A ênfase recai sobre as cidades imaginárias produzidas pelas distopias futuristas encaminhadas pelo Cinema imaginárias produzidas pelas distopias futuristas encaminhadas pelo Cinema, examinando elementos de sua arquitetura, espacialidade, organização sociais, e buscando perceber sua articulação com o roteiro do filme. A hipótese de trabalho apresentada é a de que as cidades imaginárias ou demandas da sociedade que as produziu. Neste sentido, operacionaliza-se aqui a postura metodológica que considera o real e o imaginário não como dimensões separáveis, mas complementares e constituintes de uma unidade complexa.

Uma “Cidade-Cinema” é, rigorosamente falando, qualquer cidade produzida por uma criação fílmica que, dotada de forte singularidade, desempenhe um papel essencial ou estruturamente para a trama, não importando se a cidade-cinema em questão é uma cidade totalmente imaginada pelo autor/cineasta ou se é uma cidade criada com base em uma referência que exista na realidade atual ou que já tenha existido, em algum momento, na realidade histórica. Desde modo, a imaginária “Gotham City”, de Batman (1989), ou a histórica Roma reconstruída em Gladiador (2000), seriam ambas cidades-cinema. Por outro lado, ao lado das representações de cidades reais aparecem ainda, através dos recursos da invenção ou da reinvenção, as ‘construções imaginárias’ propriamente ditas. (A cidade-cinema expressionista uma análise das distopias urbanas pelo cinema nas sete primeiras décadas do século XX, José D’Assunção Barros).

Curitiba nasceu indígena e portuguesa, no primeiro planalto do Paraná, 934 metros acima do nível do mar. Seu nome significa pinheiral, na linguagem dos índios Guarani. Remete à predominância do pinheiro do Paraná em seu território.

A "certidão de nascimento" de Curitiba assinala o dia 29 de março de 1693, quando foi criada a Câmara Municipal. Naquele final de século XVII, a cultura era de subsistência e a atividade econômica tinha base na mineração.

O ciclo econômico seguinte foi o tropeirismo: condutores de gado viajavam entre Viamão, no Rio Grande do Sul, e a Feira de Sorocaba, em São Paulo, de onde os animais eram levados para Minas Gerais. Os tropeiros faziam invernados a meio caminho, nos "campos de Curitiba", acampamentos que só eram desmontados depois da estação fria. Aproveitavam o inverno para fazer negócios e acabaram induzindo Curitiba à condição de importante entreposto comercial.

Muitas outras marcas se devem ao ciclo tropeiro, que durou mais de dois séculos: a erva-mate na forma de chimarrão (quente, porque o tererê dos índios era com água fria), o uso de ponchos de lã, a carne assada, o fogo de chão que provocava as rodas de prosa e os "causos", o sotaque escandido, a abertura de caminhos e a formação de povoados.

Dois outros ciclos econômicos foram praticamente paralelos na história de Curitiba: o da erva-mate e o da madeira. Sua expansão, no final do século XIX, motivou a construção da Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba, primeira ligação da capital da então Província do Paraná com o Litoral. Feita em cinco anos (1880-85), a ferrovia é uma das maiores obras da engenharia nacional, graças aos irmãos engenheiros Antonio e André Rebouças. Utilizou grandemente a força de trabalho dos imigrantes, chegados em massa desde meados dos anos 1800.

Curitiba se beneficiou, no início do século XX, com a riqueza oriunda dos engenhos de erva-mate. Seus proprietários, os "barões da erva-mate", construíram mansões para moradia na capital, em boa parte preservada em dois conjuntos significativos, nos bairros Batel e Alto da Glória.

O ciclo econômico seguinte foi o da monocultura do café, que semeou cidades no norte do Estado do Paraná, com reflexos evidentes sobre a economia da capital.

Castigado pelas intempéries, o café foi sendo aos poucos substituído pela soja, até sua completa erradicação após a geada negra de julho de 1975.

A cultura mecanizada da soja expulsou trabalhadores do campo. Curitiba recebeu grandes contingentes de migrantes. Precisou de decisões rápidas para evitar o caos urbano e antecipar demandas futuras. Investiu no planejamento urbano e na gestão municipal centrada no homem, ou seja, nos 1.587.315 habitantes recenseados em 2000.

Até o século XIX, os habitantes de Curitiba eram índios, mestiços, portugueses e espanhóis. A imigração começou a ser interessante a partir de 1808, quando um decreto do Príncipe Regente Dom João VI passou a permitir aos estrangeiros o direito de propriedade sobre as terras. Após a Independência do Brasil, em 1822, o país reforçou sua preocupação com a ocupação do território. Em Curitiba, essa preocupação cresceu ainda mais a partir de 1853, quando o Paraná, que era Comarca de São Paulo, tornou-se Província independente. Foi intensa, no período, a imigração em massa de europeus.

Os primeiros imigrantes a se estabelecer em Curitiba foram alemães. O casal Michael Midler e Anna Krantz chegou em 1833, reimigrado espontaneamente de Rio Negro - onde chegara em 1829. Eles inovaram a vida curitibana com frutas européias e batatas inglesas de sua chácara, e, com o lucro, compraram toda a área entre as atuais ruas Riachuelo e Carlos Cavalcanti, bem como ao longo da Rua Barão do Serro Azul até a praça 19 de Dezembro.

Os alemães ocuparam a área mais central e urbanizada de Curitiba. Iniciaram o processo de industrialização - metalurgia e gráfica -, incrementaram o comércio, introduziram modificações na arquitetura, difundiram a noção do associativismo e tiveram forte influência no teatro, na musica e até na ginástica.

Os poloneses chegaram em 1871 e criaram as colônias de Tomás Coelho (Araucária), Muricy (São José dos Pinhais), Santa Cândida, Orleans, Pilarzinho e Abranches. Atuaram basicamente na lavoura e no comércio. Hoje formam, em Curitiba, a maior colônia polonesa do Brasil.

Os primeiros italianos chegaram a Curitiba em 1872. A eles se deve a criação, em 1878, do bairro Santa Felicidade, em terras compradas dos irmãos Borges e de nome em homenagem a Felicidade Borges. Operários, artesãos, profissionais especializados, comerciantes e agricultores, os italianos deixaram marcas fortes, por exemplo, na arquitetura (a igreja tem a nave separada da torre), na culinária, no artesanato em palha e vime, nos jogos como a bocha e a mora, na música e na introdução de implementos agrícolas.

Os ucranianos vieram em massa em 1895. Estabeleceram-se no Campo da Galícia (hoje Praça 29 de Março, na regiões centrais, e arredores) e foram expandindo suas propriedades ao longo da atual avenida Cândido Hartmann e pelo bairro Bigorrilho. Sua influência é similar á dos poloneses e dos russos, em campos como a arquitetura (igrejas com cúpulas em forma de cebola, por exemplo), a culinária e a religiosidade.

Os primeiros japoneses marcaram presença em Curitiba a partir de 1915, com a chegada de Mizumo Ryu. Em 1924 se deslocaram em maior número e se fixaram em bairros como Uberaba, Campo Comprido e Santa Felicidade, além do atual município de Araucária. Entre outras contribuições, introduziram novas técnicas agrícolas e as artes marciais.

Também no século XX chegaram a Curitiba sírios e libaneses, hábeis vendedores que se estabeleceram com comércio de roupas, sapatos, tecidos e armarinhos. Os pioneiros eram mascates, que viajavam em lombo de burro e vendiam de porta em porta. Quando estabeleceram lojas, escolheram a área central de Curitiba.

Característica geral dos grupos de imigrantes é sua grande associatividade, em função das necessidades da comunidade referentes à assistência médica e social, a diversões e esportes, a instrução e vida religiosa.

Em centros urbanos como Curitiba, os imigrantes constituíram uma classe média capaz de poupar e investir, criando uma burguesia empresarial de certa relevância. Com isso, representaram um importante elemento urbanizador, pois constituíram grande parte dessa elite empresarial.

A assimilação não é um processo de incorporação pura e simples do imigrante na sociedade de adoção, mas é um processo bilateral. O imigrante recebe bens culturais e aprende com a sociedade que o adotou, mas também, paralelamente, contribui com seus próprios valores culturais nessa sociedade de adoção. Ele traz consigo bens culturais, tanto materiais como espirituais.

Os imigrantes trouxeram, para o sistema de pequenas propriedades, as cercas que as fecham; trouxeram o arado, a carroça de toldo, a indústria moageira, as culturas agrícolas, o trigo, a cevada, o trigo mourisco; introduziram a broa.

Em Curitiba se come broa com vina. Em lugar algum do Brasil se sabe o que é vina, só nos sabemos que é a wienerwurst, a salsicha feita à moda de Viena. Aqui comemos purê de maçã, charutos de repolho, tortas de mil folhas, apffelstrudel, tortas de semente de papoula, creme de raiz forte. Aqui tomamos coalhada e sopa de beterraba.

A arquitetura é outro exemplo dessa integração. Basta andar pela cidade e olhar as igrejas de cúpulas bizantinas. Basta olhar as casas com lambrequins, outra influência da imigração.

Há as festas de Páscoa com pêssankas (ovos pintados) de filigrana e os natais com pinheirinhos salpicados de algodão e Papai Noel, um derivativo norte-americano de São Nicolau, com pesadas vestes bizantinas em pleno verão. Ou então as procissões de Corpus Christi, com seus tapetes de flores.

Essas influências, trazidas pelos imigrantes, foram incorporadas pela sociedade de adoção a tal ponto que nem causam surpresa ou despertam curiosidade. Mas compõem uma historia-documento para ser usada na construção de uma existência melhor, espelhada no rosto multifacetado do curitibano de hoje. (Portal da prefeitura de Curitiba)

Com mais de 20 mil inscritos e 950 mil visualizações, o canal do Youtube “Tesão Piá” brinca com os jargões, gírias e tradições curitibanas, se tornando uma referência de humor na capital paranaense. (Equipe do ‘Tesão Piá’ é entrevistada no jornal da Teia, Pamela Castilho Cahene).

O curitibano é um povo cheio de manias. Tomar cafezinho na Boca Maldita e passear pelo calçadão da Rua XV são dois exemplos. Também é comum aqui em Curitiba, morar ao lado de um vizinho durante anos e nunca saber o seu nome, como se dizer "Bom dia" fosse um pecado mortal. Dizem que só descobrimos o nome de um vizinho se a correspondência dele for entregue por engano em nossa casa. (O curitibano um povo cheio de manias, Carlos Alberto Noviski).

O curitibano organiza fila para qualquer coisa. Banheiro, elevador, barzinho e ponto de ônibus. Repara em qualquer pessoa como se ela viesse de outro planeta. Pergunta a qualquer universitário se ele é estudante da UFPR. Acha que quem não é nascido em Curitiba sempre joga lixo no chão. Por isso, faz questão de andar com o bolso atolado de papéis de bala até encontrar uma lata de lixo. Acha que tudo em Curitiba é melhor do que em outros lugares, mesmo sem nunca ter saído da cidade. Tem orgulho do céu cinzenta. Chama salsicha de vina. Em vez de biscoito, diz bolacha. Chamam meninos de piá e meninas de guria. Balão não existe. Aqui se chama bexiga. Acha que não tem sotaque algum e fala o “português mais correto do Brasil”. Por isso, ridiculariza o sotaque de todos os outros povos. (Rol de manias e piadas curitibanas, Macedo)

Curitiba tem vários parques, praças e ruas cheias de significados e beleza. Confira os dez principais pontos turísticos de Curitiba:

·         O Parque Barigui que é o parque mais frequentado de Curitiba. Além de refúgio para vários animais, o parque é também a grande área de preservação natural da região central da cidade.

·         Um dos cartões postais mais famosos, o Jardim Botânico funciona como um centro de pesquisas da flora do Paraná. Contribui para a preservação e conservação da natureza, para a educação ambiental e ainda oferece uma alternativa de lazer para a população. Sua principal atração é uma estufa de ferro e vidro, inspirada no Palácio de Cristal de Londres. Emoldura a estufa um imenso jardim francês com seus canteiros geométricos. 

·         A Rua XV de Novembro é o centro de comércio popular de Curitiba. Os turistas podem encontrar lojas de roupas, calçados, acessórios, panificadoras, restaurantes, bancos... E mais: os tradicionais bares para tomar uma cervejinha ou saborear um lanche. Na XV ainda tem o famoso Bondinho da XV e o Palácio Avenida, onde acontecem as apresentações do Natal mais famoso do país! O bairro São Francisco é famoso pelos bares, pelas construções antigas, pela Igreja da Ordem e pela famosa Feira de Arte e Artesanato do

·         Largo da Ordem, também conhecida como Feirinha do Largo. E um turista que se preze não pode deixar de visitá-la. A Feirinha acontece todos os domingos, das 9h às 14h, e é gratuita. Os visitantes encontram mais de mil barracas com os mais diversos produtos como artesanato, comidas, livros, bolsas, roupas, peças para decoração.

·         O bairro Centro Cívico é a sede dos Poderes do Estado do Paraná, com o Palácio Iguaçu, a Assembleia Legislativa e o Tribunal de Justiça, além da Prefeitura de Curitiba. Foi implantado em 1953, no centenário da emancipação política do Paraná.

·         O Museu Oscar Niemeyer (MON), obra do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, foi inaugurado em 2002. O prédio, antes chamado de Edifício Presidente Humberto Castelo Branco, passou por adaptações e ganhou um anexo, popularmente chamado de "Olho". O espaço é dedicado à exposição de artes visuais, arquitetura e design e é composto por aproximadamente duas mil peças. 

·         Construído em estrutura tubular, o Teatro Ópera de Arame, de 1992, é um espaço que se integra à natureza do local. Ao seu lado, a Pedreira Paulo Leminski, que já foi palco de grandes acontecimentos culturais e artísticos de Curitiba. Mais adiante está o Farol das Cidades, biblioteca informatizada conectada à internet.

·         Mais conhecida como Torre da Telepar, a Oi Torre Panorâmica foi construída pela Telepar que após a privatização passou a ser propriedade da Brasil Telecom, e atualmente da Oi. Com quase 110 metros de altura, a Torre possui um mirante com vista de 360 graus para a cidade de Curitiba e um museu que conta a história da telefonia.

·         O bairro de Santa Felicidade é formado por imigrantes italianos das regiões do Vêneto e do Trentino. Principal eixo gastronômico de Curitiba é um desfile de casas típicas, unidades de interesse de preservação pelo valor histórico e arquitetônico. Os restaurantes são os destaques do local.

·         O Parque Tanguá fica situado entre os municípios de Curitiba e Almirante Tamandaré. Conta com um mirante com 65 metros de altura, cascata, lagos, ciclovia, ponte, churrasqueira e um jardim em estilo francês com canteiros de flores e espelhos d’água. Uma das principais atrações é apreciar o pôr-do-sol. (Confira os dez principais pontos turísticos de Curitiba, Geziane Diosti).

Nos últimos anos, tem havido um aumento do interesse em Design Fiction como uma nova prática ou abordagem no âmbito da investigação de projeto. Deste então, os designers tem usado a ficção como uma técnica para a experimentação de modelos alternativos para a sociedade. Entendemos como ficção aquilo que não é real. (The Role of Fiction in Experiments within Design, Art & Architecture, Knutz, Markussen e Christensen).

O museu, inaugurado em 2002, é um projeto do arquiteto Oscar Niemeyer. Inicialmente era o "Novo Museu" ou o "Museu do Olho". Em 2003, foi rebatizado como Museu Oscar Niemeyer (MON).

O projeto aproveitou as instalações de uma antiga escola, que também era um projeto de Niemeyer de 1967. A estrutura externa, que lembra um grande olho, impressiona pelas formas. É uma edificação, anexada à já existente, com 70 metros de comprimento, 30 de largura e cobertura parabólica apoiada em uma torre de 21 metros de altura. Uma passagem subterrânea faz a ligação entre os dois prédios. O Museu é um dos maiores complexos de exposição do Brasil, com cerca de 16 mil m² destinados a obras de arte. Conta com diversos ambientes, incluindo um auditório para 400 lugares, café e espaços de lazer. Em sua inauguração buscou-se um foco de atuação nas artes plásticas, no design, na arquitetura e no urbanismo. O Museu, entretanto, não possuía acervo próprio até o início de 2003. (Guia Geográfico, Cultura em Curitiba)

O Projeto do Museu Segundo Oscar Niemeyer:

‘O projeto surgiu com a iniciativa surpreendente do Governador Jaime Lerner de transformar uma escola existente num grande museu de arte. Tinha razão. A escola por mim projetada, muitos anos atrás, prestava-se perfeitamente para isso. Era bonita, suspensa sobre pilotis e tão atualizada estruturalmente que seus apoios tinham afastamentos de 30 e 60 metros. A minha primeira ideia foi desenhar um novo museu em sua cobertura, com a mesma audácia estrutural que distinguia aquela construção. Como depois verificamos, essa solução apresentava problemas técnicos difíceis de avaliar, o que nos levou a outra solução: um grande salão, independente da obra já realizada, e tão arrojada que caracterizasse a arquitetura inovadora do museu. No bloco existente da antiga escola ficariam os serviços gerais do museu. No térreo, um auditório e um restaurante; no piso superior, a parte administrativa, as salas de exposição e as áreas destinadas a atividades culturais e educativas. No subsolo, instalações técnicas, acervo etc. E ao ar livre, exposições de esculturas. No museu propriamente dito, o grande salão de exposições, fantástico, com a sua imensa cobertura luminosa, suspenso no ar, a vista a correr por toda a cidade, através dos grandes vidros das fachadas. Um sistema de esquadrias tão diferente de tudo que foi feito até hoje que vale a pena comentar. Não queríamos que os montantes das esquadrias fossem verticais. Dariam a ideia de suportes da cobertura, que sem apoios cobre o salão. Preferimos projetá-los em diagonal como um grande painel. No queríamos tampouco usar os habituais brise-soleil, criando para isso, entre os vidros, elementos metálicos de proteção solar. E foi com o mesmo apuro que desenhamos todo o conjunto do museu. Uma obra exemplar, que demonstra o progresso da engenharia em nosso país. Ao Governador Jaime Lerner agradecemos a oportunidade que nos ofereceu, e a Alex Beltrão o apoio invariável dele recebido. ’

Petrobras sinalizou nesta terça-feira que deverá renovar o contrato de fornecimento de gás natural com a Bolívia, que vence em 2019, para atender a crescente demanda no país.

"É inquestionável a necessidade de gás da Bolívia ... A Petrobras precisa renovar o contrato", afirmou a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, em entrevista a jornalistas na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

O contrato com a Bolívia prevê a oferta de até 30 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, dos quais 24 milhões de referem-se a uma oferta firme e outros 6 milhões, flexível. Pouco antes da declaração da presidente, o diretor de Gás e Energia da estatal, José Alcides Santoro, havia declarado, no mesmo evento, que a empresa não tem "nenhuma intenção de não continuar o contrato da Bolívia". Mesmo com contrato vencendo em 2019, o plano de negócios da Petrobras contempla importações de gás boliviano em 2020. Segundo Santoro, a estatal ainda terá gás a receber após o fim do contrato, como uma espécie de crédito por volumes não entregues anteriormente. Considerando o gás da Bolívia, a Petrobras planeja elevar a oferta de 100 milhões para 171 milhões metros cúbicos de gás natural por dia no Brasil entre 2013 e 2017, para atender a demanda que passará de 98 milhões para 142 milhões de metro cúbicos no mesmo período. A Petrobras pretende elevar também a oferta de gás a partir de campos do pré-sal. Mas o aumento ainda não será suficiente para viabilizar o transporte do combustível por navio na forma de Gás Natural Liquefeito (GNL), ou gás comprimido, como alternativa aos gasodutos.

"Ainda não há gás suficiente para adotar esta opção", disse Graça, acrescentando ser "fã" do transporte alternativo.

Por isso a Petrobras utilizará gasodutos para o transporte do gás do pré-sal, com um ligando a Bacia de Santos até o litoral de Maricá. De lá, o gás será transportado por terra ao Coperj, em Itaboraí (RJ). Paralelamente, a estatal analisa áreas com potencial de exploração de gás não convencional, e já contratou uma empresa especializada para tal finalidade. Segundo Graça, porém, o Brasil não possui infraestrutura tão sofisticada quando Estados Unidos para conseguir reduzir os preços do gás na mesma magnitude que os norte-americanos fizeram quando descobriram e passaram a explora o gás não convencional. (Petrobras deve renovar o contrato de gás natural com Bolivia, Rodrigo Viga Gaier e Sabrina Lorenzi)

O problema particular da Bolívia, que não resiste a ameaçar o Brasil quando pode, é sua história. Desde que os espanhóis financiaram seu império no século 16 sugando ouro e prata das minas do Potosí, a Bolívia sempre viu seus recursos naturais explorados por estrangeiros. Foi assim com o carvão, com o estanho. A vasta reserva de gás, descoberta em 1995 e que parece ser maior a cada estudo, soa a muitos bolivianos como sua última chance. Assim, a população é cada vez mais suscetível ao clamor pela estatização, pelo arrocho das multinacionais. Trata-se do país mais pobre da América do Sul.

Sem dinheiro ou know-how para tirar o combustível da terra, durante o primeiro governo Gonzalo Sánchez de Lozada decidiu-se pela procura de parceiros externos. Lozada foi o típico governante de Terceiro Mundo nos anos 90: privatizador. A diferença é que não vendia todas as empresas, mas apenas participações acionárias. No negócio da construção da infraestrutura e exploração do gás, seus parceiros incluíram a Enron – a mesma do escândalo financeiro nos EUA –, a Shell, a francesa Total e, principalmente, a espanhola Repson e a Petrobras. Uma estatização repentina, a esta altura, custaria particularmente caro às duas últimas.

O gás natural é um combustível fóssil como o petróleo, mas tem características um bocado diferentes. Seu componente principal é o metano, que na atmosfera se transforma em dióxido de carbono e água. Ou seja, polui pouco. Demorou tanto tempo para ser explorado porque o transporte é muito difícil. Petróleo e óleos derivados são líquidos, basta pô-los no navio e carregar. O gás natural exige gasodutos caríssimos e não atravessa oceanos. Ou assim era até há pouco.

Reduzido a 170ºC negativos, o gás natural se liquefaz e ocupa 600 vezes menos volume. A técnica de liquefação só começou a ser explorada em fase de testes nos anos 60 e se desenvolveu comercialmente nos últimos anos. É caríssima: exige navios especiais – de acordo com um relatório da Administração de Informação sobre Energia dos EUA, existem apenas 206 deles no mundo; além disto, plantas bilionárias de liquidificação do gás e, na ponta do comprador, portos cuidadosamente adaptados e plantas de regaseificação igualmente caras. Sai bem mais do que os 2 bilhões de dólares do gasoduto Brasil-Bolívia. Hoje, 139 milhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito são vendidos no mundo, isto é mais ou menos um quarto do negócio. O resto vai por gasoduto.

O Brasil depende da Bolívia para atender sua demanda de gás natural, mas a Bolívia precisa do Brasil para vendê-lo. No fundo, o Brasil é praticamente seu único mercado de peso. Argentina ou Paraguai são quase um troco.

Há um projeto boliviano, antigo, de exportação para os EUA. Mas é difícil: mesmo que venha o perdão da dívida externa prometida pelo G8, ainda assim a Bolívia precisaria pedir empréstimos internacionais altos para implantar toda a infraestrutura de produção de gás natural liquefeito. Quem acabou de estatizar, dando prejuízo às multinacionais, teria dificuldade para consegui-los. O problema é delicado também do ponto de vista diplomático: a Bolívia não tem litoral. Tinha até 1879, mas perdeu para o Chile numa guerra. O projeto de venda de gás liquefeito aos EUA traçaria uma rota pelo Pacífico até Baja California, no México, onde haveria a regaseificação e, então, o produto seguiria por gasoduto até a Califórnia. Mas antes tem de chegar ao litoral e, para isso, ou atravessa os Andes no Peru com um cano ou rediscute a relação estremecida há mais de século com o Chile.

Ainda assim, grupos ecologistas que são particularmente militantes e onipresentes na Califórnia não querem gás natural naquele estado americano. Não é que polua demais, mas é combustível fóssil. E os militantes sentem que, se vier oferta de gás natural bom e barato, os estudos locais de alternativas energéticas ecológicas ficarão sem incentivo.

A Bolívia terá de conviver com o Brasil. É seu melhor e maior parceiro. Até porque, em 2004, o governo brasileiro anunciou a descoberta de uma lauta reserva de gás natural no litoral de Santos. Ainda não há ideia de seu tamanho exato, mas é grande. Ou, nas palavras da professora Goret Pereira Paulo, da Fundação Getúlio Vargas, "pode ser até uma Bolívia". A partir do momento em que decidir investir na exploração, a Petrobras tirará gás natural próprio em cinco anos.  (Gás une e desune Brasil e Bolivia, Pedro Doria)

Apesar de todos os esforços, as relações diplomáticas entre o Brasil e a Bolívia não são tão tranquilas como parece. Exemplo disso é que, de tempos em tempos, surge alguma polêmica para abalar a diplomacia entre os dois países. (Brasil e Bolívia: um histórico de polêmicas e constrangimentos)

Através das informações anteriores desenvolvemos nossa ideia de projeto, uma distopia curitibana. Curitiba é conhecida por seus pontos turísticos e assim decidimos focar em apenas um ponto e produzir todo o enredo da história. Dessa forma escolhemos o Museu Oscar Niemeyer.

Bolívia cansada de ser ‘explorada’ pelo Brasil resolve se unir com outras potências e dominar o território brasileiro. Após guerras e conflitos, com muitas mortes de ambos os lados, o Brasil se rende e passa a ser explorado pelo país rival. A trama se desenvolve em Curitiba, capital do Paraná. A cidade está devastada. Prédios foram destruídos e seus pontos turísticos servem de abrigo para os sobreviventes que perderam suas casas. Indivíduos caminham pelas ruas repletas de objetos deixados para trás e carros abandonados. Casas e lojas foram saqueadas, pessoas morreram lutando por comida e um lugar para se refugiar. Com a falta de árvores, o ar se tornou irrespirável e os habitantes são obrigados a usar máscaras. A saúde é precária, doentes se amontoam nos corredores dos hospitais entre mortos.  Para se alimentar, cultivam pequenas plantações, tentando resgatar o verde da cidade e assim seu oxigênio. Com a falta da eletricidade os diversos aparelhos eletrônicos perderam sua funcionalidade, se tornando inúteis, com as necessidades do dia a dia e o acumulo de lixos eletrônicos os sobreviventes pouco a pouco passaram a dar uma nova função ao lixo fazendo com que os mesmos exercem uma nova tarefa, enquanto alguns sobreviventes lutam para que a cidade deixe de ser uma cidade depositória, cultivando em lugares seguros pequenas mudas de plantas encontradas entre os destroços. Alguns indivíduos que pouparam suas últimas cargas de bateria utilizam-nas para registrar a situação atual ou esperam um momento mais adequado para fazer uso delas.

3.   REFERÊNCIAS

http://www.infoescola.com/literatura/distopia-na-literatura/

http://www.nemumpoucoepico.com/2012/07/distopia-caracteristicas-principais/

http://www.revistafantastica.com.br/reportagens/a-distopia-nossa-de-cada-dia/

http://cadernos.iesp.uerj.br/index.php/CESP/article/viewArticle/71

http://livrespensantes.blogspot.com.br/2013/02/distopia.html

http://www.travessacinematografica.com.br/2012/06/cinema-e-distopia.html

http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/a-cidade-cinema-expressionista-uma-an-lise-das-distopias-urbanas

http://www.teianoticias.com/2013/06/06/equipe-do-tesao-pia-e-entrevistada-em-edicao-especial-do-jornal-da-teia/

http://www.curitiba.pr.gov.br/

http://travessurasdalalinha.blogspot.com.br/2009/08/blog-post.html

http://mariolobato.blogspot.com.br/2012/10/o-curitibano-e-um-povo-cheio-de-manias.html

http://www.tripadvisor.com.br/Tourism-g303441-Curitiba_State_of_Parana-Vacations.html#24695601

http://www.geografiaparatodos.com.br/index.php?pag=sl104

http://www.cultura-arte.com/curitiba/museu-niemeyer.htm

http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/petrobras-deve-renovar-o-contrato-de-gas-natural-com-bolivia

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