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Metodologia de trabalho comentada e publicada!

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Metodologia de trabalho comentada e publicada!

O QUE TEM AQUI

Introdução

  1. Metodologia
  2. Etapas do trabalho
  3. Considerações e próximos passos

Introdução

O objetivo deste relatório é apresentar uma síntese do processo de construção, em linguagem natural controlada, da iniciativa de articulação do vocabulário de participação social em andamento aqui.

A iniciativa teve por objetivo agrupar ativistas, pesquisadores, representantes públicos e sociedade civil para discutir aspectos relevantes tanto do ponto de vista conceitual, quanto do técnico, que pudessem apoiar na construção de um vocabulário de participação social.

Entendemos que uma linguagem natural controlada representa um subconjunto da linguagem natural que possua uma sintaxe precisa e um vocabulário restrito, podendo representar um determinado domínio do conhecimento ou um determinado domínio operacional-relacional que instaura uma dinâmica de interação entre grupos humanos. Há diferentes objetivos de mapeamento em linguagem natural controlada desses domínios, podendo tanto facilitar a modelagem de sistemas de informação que serão desenvolvidos para apoiar a comunicação das pessoas envolvidas em um domínio, bem como para criar um processo de reflexão dos conceitos e vocabulários utilizados, permitindo que um grupo de pessoas possa conscientemente refletir sobre as estruturas que utiliza.

Sabendo desse padrão recursivo de utilização da linguagem, entendemos também que construir um vocabulário de participação social passa por enunciar, tornar explícito e nomear os principais conceitos e formas de uso dos mesmos que um grupo de pessoas pode utilizar ou mesmo precisa conhecer para se apropriar desses recursos de participação social que desejamos promover. É importante ressaltar aqui que esse processo nunca pode ser neutro, dado que reflete as estruturas conceituais nas quais um grupo opera ou pode vir a operar. Logo, estamos diante de um trabalho que evidencia apostas políticas de participação social e que são refletidas no mapeamento realizado, dando visibilidade ao que este coletivo que se envolveu no trabalho fundamenta como seu conjunto de crenças e desejos sobre o tema.

Entendemos que o processo de constituição de vocabulário é um processo dinâmico, não podendo ser considerado como acabado, dado que a própria dinâmica de relacionamento humano e participação social se atualiza, cria novos rumos e possibilidades que anteriormente não poderiam ter sido previstas. Dado esse ponto de partida, também entendemos que esse processo necessita de contínua atualização e contextualização em diferentes realidades sociais, podendo, dessa forma, atender a diferentes níveis de interação e expectativas de participação social.

Neste relatório, apresentamos uma primeira síntese de um processo que ocorreu de junho a dezembro de 2012. A utilização da plataforma do projeto se deu mais fortemente por seis usuários que ativamente discutiram e auxiliaram a mapear os principais conceitos que consideramos nessa síntese. Vale frisar que os principais conceitos utilizados a seguir estão baseados no seguinte tópico de conversa: http://www.corais.org/vocabulariodaparticipacao/node/6661.

1. Metodologia

A metodologia utilizada foi de mapeamento das conversas e levantamento dos principais tópicos como base de constituição do vocabulário de participação social. A seguir resumimos as etapas metodológicas que fizeram parte deste trabalho.

Mapeamento dos fóruns: os fóruns criados na plataforma do projeto foram constantemente monitorados e visitados para identificar as principais conversas, os encaminhamentos já feitos e os atores das conversas em andamento.

Identificação de temáticas: foram identificados os principais temas que estavam sendo discutidos e o modo como pareciam articular-se mutuamente.

Identificação de necessidades de ampliação da conversa: tópicos e conceitos avaliados como sendo de alta relevância para a conversa foram identificados e interagimos nesses pontos para deixá-los mais evidentes, criando espaço para que os participantes pudessem ampliar a reflexão em relação aos temas apontados.

Identificação de outros agentes a serem envolvidos: outras pessoas e grupos que potencialmente poderiam ser convidados a compor as conversas na plataforma foram identificados, de modo a ampliar as diferentes linhas de pensamento.

Mensagens de intervenção e propostas de síntese: mensagens de intervenção na dinâmica de conversa em andamento foram construídas visando, sobretudo, apontar aspectos relevantes que precisariam ainda ser tratados, levando a um maior grau de consistência do vocabulário e suas possíveis relações.

Coleta das respostas: ao final do processo de intervenção, que ocorreu no final de novembro de 2012, as principais respostas e encaminhamentos construídos nos fóruns do projeto foram coletadas.

Mapeamento dos conceitos: a partir dos dados coletados, foi construído um índice de conceitos levantados e, na medida do amadurecimento das discussões nessa área, as relações entre os principais conceitos. Esse mapeamento já aponta a sintaxe em linguagem natural dessa primeira versão do vocabulário de participação social construídos pelos participantes do projeto.

2. Etapas do trabalho

Sobre o mapeamento inicial da plataforma

Apresentamos, abaixo, os tópicos de conversa mapeados na plataforma do projeto com o objetivo de identificar as principais temáticas em conversação, bem como já apontar para necessidades de maiores esclarecimentos sobre seus fundamentos.

> Sobre este post: http://corais.org/vocabulariodaparticipacao/node/6724

Atores sociais: é um conceito que precisa de um ponto de partida teórico para embasar. O que é um ator social? É possível, ao invés de pensarmos em atores de modo genérico e aberto, pensarmos em atores num contexto mais específico? Por que não direcionar o exercício de construção para situações mais próximas e menos abstratas a realidade de quem está participando da conversa? Será que não valeria a pena pensarmos numa construção esquemática já pautada por um desdobramento prático? Podemos escolher uma ou duas perguntas e trabalhar em torno delas?

Outros conceitos relevantes:

Leis: o que define uma lei?

Votos: é um conceito geral ou uma forma de entender um determinado tipo de participação?

Opinião pública: de que opinião estamos falando? Manifestação sobre uma lei ou formas de pensar sobre nossos próprios problemas?

Dados públicos: o que o governo pode fornecer de informação? É trabalho deste vocabulário se preocupar com o que governo deve abrir? Teremos de refletir sobre isso em nossas modelagens? Ou, o governo atua como mais um ator que pode produzir informações e especificar categorias/ classes genéricas o suficiente para serem incluídas em diversos contextos?

Etapas de políticas públicas: aqui fica ainda mais polêmico. Como qualificar política pública nessa composição? Não poderíamos ver políticas públicas como mais uma forma/ estrutura de espaços de participação e articulação social? Não estaria a política pública por trás de conceitos mais gerais que podem expressar o que de fato teríamos de modelar aqui?

Implementação e monitoramento: isso dá pistas de classes gerais o suficiente para podermos especializar depois.

Formulação: isso tem a ver com os processos de concepção? Poderíamos também mapear e propor classes em cima desses processos?

Agenda: tempo é um fator que teremos de modelar aqui? O vocabulário conceitua e descreve ou tem por fim servir como base de operação, ou seja, ele deve impulsionar a execução das coisas? Vejam que aqui podemos levantar duas motivações iniciais importantes de serem consideradas e debatidas. Essas motivações, dentre outras possíveis, vão modificar o modo de agenciamento das conversas e formas de convite ao mapeamento do que de fato nos interessa. Estamos aqui diante de um vetor a ser pensado.

Cidadão e sociedade: como vemos isso? São estruturas? Espaços? Formas de constituir uma sociedade? Em que lugar estão?

Projetos e intervenção social: há diferenças nisso? Onde estariam? De que lugar essas diferenças se constituem?

Três poderes: há um convite a organizar o vocabulário em torno dessa forma de entendimento da relação social. É isso mesmo? Os três poderes também não refletem um modelo, um "mini-mundo" que pode ser questionado ou trabalhado por esse próprio vocabulário? Que relação queremos com esses "poderes"?

Mecanismos de participação social: outra boa dica que aparece de algo genérico o suficiente para pensarmos em transformar em classe.

Alinhamento de escopo/ visão/ objetivo: este ponto requer reflexão além do que já foi feito nos textos e nas articulações realizadas. Há um convite mais específico que ainda precisaria ser feito.

Portas de acesso ao poder instituído: boa dica de classe. Isso daria para trabalhar em níveis de modelagem que partem do conceito para especificações posteriores.

> Sobre o link do wiki de co-criação:  http://www.corais.org/vocabulariodaparticipacao/node/50586

Ator e instrumentos de ação: boas dicas de modelagem genéricas a considerarmos aqui. O ator ser rede ou não, isso poderia ser trabalhado nas especificações. Ou seja, há níveis de entendimento de cada conceito que poderiam ser trabalhados em futuras discussões.

Escopo diz que o projeto vai identificar o que é comum a vários projetos e iniciativas que abordam participação social. Não seria então mais interessante fazer uma cartografia desses projetos como um dos elementos de base para constituição desse vocabulário? Nos parece que essa ação, mesmo considerada no escopo, não está sendo operada de fato como elemento aglutinador de conversas e produção de comum entre o grupo.

Algumas classes e subclasses importantes para o trabalho aparecem aqui:

  • ação
  • causa
  • ator e pessoa: tem diferença? onde?
  • organização
  • rede
  • escopo/ lugar/ ambiente
  • territórios
  • temas
  • interação
  • influência em processos políticos formais: isso seria uma classe? Não há aqui uma proposta de algo como relação?

Essas classes, e outras que anotamos acima podem ser um bom ponto de partida de núcleos de síntese do processo até aqui.

> Sobre o link das ontologias existentes: http://corais.org/vocabulariodaparticipacao/node/6661

O grupo levanta a questão do não retrabalho na construção de uma ontologia, tentando aproveitar o que já existe como um possível ponto de partida. De que forma isso ainda pode ser abordado como metodologia de trabalho? Não seria interessante pensar em técnicas de cartografar essas ontologias já existentes e criar processos de reflexão sobre o que delas precisaria mudar para embasar a nova construção?

Framework de quatro dimensões parece uma boa dica, menos das dimensões e mais como modo de mostrar sobre quais planos a ontologia está sendo construída. Não seria interessante organizarmos algo que deixasse visualmente explícito que dimensões são fundamentais para nosso trabalho? Saberíamos apontar isso? Nos parece um bom elemento disparador de conversa esse caminho.

Sistemas de argumentação: outra boa dica de classe genérica que aparece aqui.

Como a participação se dá. outra boa dica de conversa a partir daqui. Que categorias ou conjunto de categorias precisamos construir ou usar para descrever isso? Com que intenção mesmo?

Escada de participação: conseguimos identificar níveis, portanto? Outro ponto bom de aprofundamento em conversas.

Dimensão temporal [de novo]: conseguimos dar conta das mudanças na dimensão em execução de uma ação?

Território: espaço, escopo, abrangência, ambiente...

Alguns itens citados acima foram transformados em convites de aprofundamento na plataforma do projeto, facilitando aprofundar algumas coisas que ainda não foram levadas em consideração. Veja a seguir:

  • O escopo do projeto vem sendo melhor definido com vistas a viabilizar resultados mais significativos.
  • Seria interessante pensar em algumas situações genéricas, mas um pouco mais concretas, que pudessem servir de convite a conversas de modelagem. Uma ou duas situações poderiam fazer avançar de forma interessante a reflexão e mapeamento do que as pessoas estão vendo aqui.
  • Seria interessante trabalhar numa metodologia de cartografia das experiências e links de referência existentes. Eles foram mencionados, mas foram utilizados e discutidos ainda muito pouco. Quais são seus limites? Por que não usar um deles? Por que construir mais uma? Essas perguntas ainda precisam ser melhor exploradas.
  • Temos um conjunto de conceitos iniciais para uma versão Beta 0.1 da ontologia. São bons mapas de conversa e aprofundamento. Há muitos conteúdos importantes, mas que requerem aprofundamentos necessários para o desenvolvimento de versões mais elaboradas. Entendemos que o ouro do projeto se encontra mais nisso do que em outra coisa. Vemos um processo formativo em ação bastante interessante. Tem dicas de por onde investir aqui.

Sobre como atuamos na plataforma do projeto

Com base nessas análises ainda iniciais da plataforma, decidimos intervir mais consistentemente por meio do seguinte conjunto de ações:

> Mensagem sobre esse rumo de trabalho: a mensagem explica melhor esse escopo de trabalho voltado a uma reflexão prática. Ela foi publicada no seguinte link: http://www.corais.org/vocabulariodaparticipacao/node/52952

“Companheiros do projeto <VocabParticipa>;

O objetivo dessa mensagem é propor alguns novos encaminhamentos para nossas discussões visando, sobretudo, focar um pouco mais o trabalho que temos desenvolvido por aqui nos últimos meses.

Analisando nosso trabalho e o que temos produzido em conjunto, sentimos a necessidade de focar mais o escopo do projeto em alguns aspectos de cunho prático, ou seja, escolhermos algumas linhas de aplicação do que temos produzido, até mesmo para sentir dificuldades e desafios que poderiam nos inspirar a prestar atenção em outros aspectos que ainda não apareceram em nossas discussões.

Ocorre que está acontecendo nesse momento uma interessante articulação a respeito da OGP. A Open Government Partnership (OGP) ou Parceria para Governo Aberto é uma iniciativa internacional que tem o objetivo de assegurar compromissos concretos de governos nas áreas de promoção da transparência, luta contra a corrupção, participação social e de fomento ao desenvolvimento de novas tecnologias, de maneira a tornar os governos mais abertos, efetivos e responsáveis. A iniciativa teve início em 2011 e atualmente conta com a participação de 57 países. Os países têm como tarefa apresentar um Plano de Ação anual com os compromissos assumidos. Nas próximas semanas terá início a consulta “Diálogos Governo e Sociedade Civil”, com o objetivo de criar um espaço de conversa entre a população e o governo federal sobre o Plano de Ação Brasileiro junto à Parceria para Governo Aberto - OGP. O governo quer escutar as ideias da sociedade civil, e, a partir delas, repensar o Plano de Ação atual, elaborado em 2011. A consulta ocorrerá no âmbito virtual através do edemocracia.camara.gov.br, e o objetivo é que sejam elaborados 15 possíveis propostas de compromissos para o novo Plano de Ação Brasileiro.

Dado isso, entendemos que seria interessante focarmos nossa conversa aqui pela plataforma do projeto com a seguinte proposta:

  • Nossa ideia não é criar uma ontologia para a OGP, mas sim pensar em como nossa ontologia poderia ser aplicada nesse contexto. A ideia é provocar uma reflexão prática, que tem conexão com algo que está acontecendo nesse momento e que nos convoca, de certa forma, como militantes e pessoas interessadas na área de participação social.
  • Como poderíamos utilizar os conceitos que temos discutido por aqui para aplicar em cima do que será produzido nas discussões da OGP?
  • Como poderíamos pensar em possíveis produtos que essa ontologia geraria para análise da experiência da OGP?
  • O que sentimos falta na nossa produção que ainda não discutimos?
  • O que precisamos adaptar daquilo que produzimos?
  • O que precisaríamos entender melhor sobre a OGP para desenhar esse trabalho?

Que tal?

Abraços,

Equipe Cidade Democrática +”

> Cartografia de experiências: concordamos que há necessidade de levar em consideração as experiências já realizadas na área de ontologia da participação. Sendo assim, propomos uma cartografia, num formato simples, que permita identificar as experiências já mapeadas pelos participantes, bem como uma breve análise do que essas experiências podem (ou não) contribuir com o trabalho a que a plataforma do projeto se propõe. A seguir, a proposta de metodologia:

“A estrutura abaixo é uma proposta de tópicos que poderiam ser investigados quando da análise de outras experiências de produção de ontologias no contexto de participação social. O objetivo é facilitar com que os participantes da discussão em andamento na plataforma do projeto possam utilizar suas referências já mencionadas nas conversas para mapearem e melhor sistematizarem conteúdos de base.

  1. Nome da experiência

  2. Site de referência

  3. Metodologia de produção

  4. Conceitos utilizados

  1. Atributos

  2. Tipos de relacionamento

  1. Existe alguma aplicação da experiência? Em que contexto?

  2. Pontos fortes

  3. Pontos fracos

  4. O que poderia ser aproveitado para a experiência na plataforma do projeto?

  5. O que não existe na experiência que deveríamos contemplar na plataforma do projeto?

  6. Referências”

Seleção de aspectos discutidos na plataforma do projeto para propor aprofundamento, especialmente conceitual:

Considerando que o escopo, nesse momento, estará voltado a uma reflexão prática, materializado no processo da OGP, identificamos que o post http://corais.org/vocabulariodaparticipacao/node/6724 apresenta um bom caminho para aprofundamento. Assim, propomos que o adensamento aconteça em relação aos seguintes pontos:

Atores sociais

O que caracteriza um ator social? Quais são os atores sociais atualmente? Jogo social faz parte do nosso entendimento?

Espaços de atuação:

Participação política governamental – três poderes: há um convite a organizar o vocabulário em torno dessa forma de entendimento da relação social? É isso mesmo? Os três poderes também não refletem um modelo, um "mini-mundo" que pode ser questionado ou trabalhado por esse próprio vocabulário? Que relação queremos com esses "poderes"?

Concepção de política pública: Qual é? Como se constrói? Quem as constrói? De que modo? E quais são as alternativas?

Dados públicos: qual a nossa visão em relação a isso? Quais as características? E as concordâncias? Há discordâncias?

Mecanismos de participação da sociedade/ portas de acesso ao poder instituído: Quais são? Como nos relacionamos com os mecanismos existentes? Que aberturas eles oferecem? Quais os contornos?

Sobre os resultados das intervenções

 
   

A partir da ativação dos participantes da plataforma do projeto com base em nossa atuação, o participante Frederico Bortolato apresentou um primeiro mapa de sínteses das classes e uma primeira proposta de relações entre elas do vocabulário. A imagem que pode ser encontrada no link a seguir: http://corais.org/vocabulariodaparticipacao/node/6661#comment-2157

O infográfico apresentado foi construído segundo o padrão UML, mostrando as classes conectadas entre si com relações de ação de umas sobre as outras, além de possíveis extensões/ especializações de algumas, como é o caso de papel para apoiador, executor e iniciador, além de ator para pessoa e organização.

Mais do que aferir a precisão ou abrangência dessa produção, vale ressaltarmos acima o processo de construção dessa primeira síntese. Acreditamos que o ponto mais importante é o fato de ela ter surgido por iniciativa de um participante das discussões, facilitando a sua própria legitimidade e relevância, dado que aqueles que estão nas discussões desde junho de 2012 reconhecem com mais facilidade a importância desses conceitos. Outro aspecto relevante é o próprio modo com que a discussão se desenvolveu, pois os participantes demonstraram sentirem-se representados pelo resultado desse mapeamento.

Entendemos que esse trabalho de mediação que desenvolvemos serviu de apoio e incentivo a chegada nesse resultado, na medida em que explicitou para os participantes o quanto já tinham avançado, e o quanto faltava para tornar visíveis as apostas e visões conceituais.

3. Considerações e próximos passos

O modo pelo qual o vocabulário foi concebido, utilizando um ambiente de participação e conversação livre, aberto e disponível para qualquer usuário utilizar na Internet, bem como os resultados que foram relatados neste relatório refletem uma área de atuação com bastante potencial e importantes desdobramentos futuros.

Sem dúvida, alguns importantes atores que não estiveram presentes nessa iniciativa poderiam ter contribuído significativamente, no entanto, o processo como um todo apresentou contribuição relevante por experimentar, diríamos até em formato ainda piloto, um modo metodológico de conceber vocabulário e forma de mediação desse processo, usando recursos contínuos de mapeamento e intervenções na dinâmica de conversação em andamento.

Acreditamos que o que aqui se estabelece é um resultado que pode ser utilizado de forma significativa e expressiva em novas etapas de análise, discussão e conexão com outros grupos, comunidades e atores sociais que possam vir a participar de novas versões desse vocabulário, bem como atuarem como seus primeiros usuários em experiências piloto de implementação dessa versão.

Sugerimos, em havendo interesse em aprofundar o Vocabulário de Participação Social, que seja estabelecido um calendário de ações que inclua:

  • Encontro presencial com pessoas do governo, da academia e da sociedade civil, atuantes na área da participação social, com o objetivo de colher subsídios para o vocabulário e aprofundar as possíveis referências teóricas e conceituais que permitam ampliar os contextos nos quais o vocabulário pode ser apropriado
  • Encontro presencial com pessoas da academia que pesquisam ontologias e ciência da informação e militantes da área, para discutir as possibilidades do vocabulário da participação social
  • Encontro presencial com o setor empresarial de tecnologia da informação que desenvolve soluções para a área de ontologias (por ex: Yahoo, Google, Facebook)
  • Encontro presencial com pessoas de organizações de regulamentação da web, tais como W3C e IETF, para formarem grupos de trabalho técnicos

Deste modo é possível garantir relevância social para o vocabulário da participação social, de maneira semelhante ao esforço empreendido para a construção do protocolo do Sistema de Bibliotecas Federadas, denominado OAI-PMH - Open Archive Initiative - Protocol for Metadata Harvester[1]. Em 2000 essa iniciativa delineou uma política de construção de vocabulário pautada pela contribuição de diferentes olhares, e trazendo à tona os embates e as disputas pertinentes ao campo, e atualmente é uma referência na área. Sem dúvida, há importantes lições relatadas por essa iniciativa que poderiam ser aqui aproveitadas.

Finalizando, entendemos que essa é uma iniciativa ainda pioneira na cultura de Internet e de projetos sociais voltados para participação pública no Brasil, o que nos permite avaliar essa experiência como uma ação que abre um caminho de possibilidades de experimentação, apropriação de tecnologia e desenvolvimento Web a ser aprofundado nos próximos anos. Entendemos também que a continuidade dessa experiência, sobretudo no que se trata de sua aplicação em cenário real, como tem sido proposto no caso OGP/ Brasil, pode transformar o que há ainda de abstrato e complexo do ponto de vista do entendimento da utilidade e dos fins a que se prestam essa iniciativa em produtos de visualização e busca de informações bastante concretos, ampliando a capacidade de sensibilização de novos atores interessados nas causas da participação social a se mobilizarem a favor de tal iniciativa.

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