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A importância do Software Livre

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A importância do Software Livre

Quando  se fala em Software Livre, logo vem à cabeça o projeto Linux, um  sistema operacional que pode ser instalado gratuitamente no seu  computador. Mas Software Livre não é só uma ferramenta, nem tampouco  refere-se apenas programas gratuitos. Software Livre é um modo de produzir software que pode gerar ou não ferramentas gratuitas. Ser "grátis" não é seu principal objetivo. As liberdades do Software Livre são:

  • A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liberdade nº0)
  • A liberdade de estudar como o programa funciona e adaptá-lo para as suas necessidades (liberdade nº1)
  • A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao seu próximo (liberdade nº2).
  • A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie deles (liberdade nº3). 
 
O Software Livre inaugurou uma nova forma de produçãoEntretanto, seus produtos geralmente são elaborados com maior foco em conseguir desenvolver suas funções do que no real uso que será feito delasDe certa maneira, o ideal expresso é que o usuário destes produtos também  seja um programador, ou então que venha a se tornar um.Para quem não faz parte desta comunidade, só é possível participar dela sabendo ou  aprendendo a escrever códigos. Para quem já faz parte, é criada uma  barreira que impede que outros conhecimentos sejam aproveitados,  resultando na perda de contribuições de pessoas que simplesmente não  conseguem se aproximar.
 
Neste sentido, o Design Livre busca caminhos para aproximar a comunidade de design da comunidade de desenvolvedores de Software Livre,  entendendo que os desafios para que isto aconteça não se resumem a  questões puramente "técnicas". O acesso de diferentes comunidades ao  Software Livre é benéfica em diversas formas, um exemplo foi da  aproximação entre Direito e Tecnologia da Informação. O conhecimento profundo sobre códigos e programação daqueles resultou no encontro de brechas legais que ajudaram a garantir a efetiva liberdade do Software Livre.
 
Não  é uma questão de "colocar design" no Software Livre. Existe design em todos os projetos de Software Livre. O que nem sempre há é o exercício de pensamento projetual com métodos e finalidades objetivas. Também não é uma questão de apenas existirem designers em projetos Software Livre, e  esperar que dali resultem softwares livres mais fáceis de usar. Softwares livres usáveis podem simplesmente desencorajar pessoas a  querer ir a fundo no software, e melhorá-los, e aceitando-os como estão,  sem trabalhar sua capacidade de transformá-los. É preciso disseminar uma cultura de design consciente. 
 
Não há software natural, intuitivo. Tratando especialmente de softwares proprietários, como os que são comumente utilizados por designers, basta ver o primeiro contato de um iniciante para ver que não são nada fáceis de aprender. A  prática "flanelinhas de mouse" reflete esta problemática: dominar estas  ferramentas exige prática e conhecimento. Não é o software que se adequa a partir do conhecimento do seu usuário, mas o contrário, forçando tantos a desistirem desta empreitadas. É preciso (re)construir suas próprias ferramentas para que, assim, sejam realmente suas.
 
No design, especialmente em domínios da comunicação e da interatividade, é  senso comum reconhecer a importância dos "não-designers", geralmente  caracterizado na figura de "usuário". Incluir estes no processo de  desenvolvimento é fundamental. Diferentes metodologias de design atuam  com graus de aproximações diferentes com o usuário. Este, que é  considerado um não-designer, um não-desenvolvedor, é, enfim, a razão de  se desenvolver, de se projetar. Desta mesma forma, Design Livre assume a  importância de se incluir também neste processo de participação do software o usuário leigo, que não programa, entendendo que o Software Livre não se restringe a software.
 
No Software Livre, a colaboração gira em torno do código-fonte de programação, especificado numa linguagem objetiva compartilhada e aceita  por todos os colaboradores. Quando passamos ao Design Livre, a questão  colaboração é mais complicada, pois não existe uma linguagem capaz de dar conta da multiplicidade de significados num sistema limitado.
 
O design livre, antes de ser Design Livre, era entendido como design com software livre. O termo era utilizado para designar eventos, concursos e desafios que incentivavam e disseminavam a prática do design utilizando software livre. Com o Design Livre buscamos mostrar como 
 
O design não se torna livre só por usar ferramentas livres, mas precisa de ferramentas livres para garantir sua liberdade. Se assim não for feito, como espera-se que as pessoas terão acesso as fontes se ela não possuírem as licenças dos programas proprietários? Esse é o "softwarecentrismo": tendência de alguns indivíduos em menosprezar a diversidade de ferramentas disponíveis, acreditando que todas as outras pessoas possuem, usam (ou deveriam usar) o mesmo software que ela.
 
Na questão textual é fácil ser resolvida pois a única barreira de um texto é a linguagem, que pode ser  quebrada com o uso de tradutores. No movimento do Open Design essa preocupação é menor, pois o que interessa são os arquivos finais desenvolvidos, em um modelo similar ao do Software Livre.
 
A utilização de software livre ainda causa polêmica entre designers. Alguns acham impossível, uma utopia. Outros consideram anti-profissional, uma perda de tempo. Contrariando esta perspectiva,  vários pioneiros buscaram atrair interesse e disseminar conhecimento  sobre a prática de design com Software Livre, mostrando como uma pessoa pode utiliza-los para fazer trabalhos de qualidade, superando inclusive  aqueles que utilizam ferramentas proprietárias.
 
Colaboraram nesse texto: Frederick van Amstel, Rodrigo F. Gonzatto, Renato T. CostaEdyd Junges, Drica Veloso, Karla da Cruz Costa, Rafael Giuliano, Vinicius Chuves, Franco C. Fuchs, Gonçalo B. Ferraz, Augusto Ruckert.

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