História Oral - Voeli 58 anos - v2

Refiz a entrevista levando em consideração as observações do Fred, para tentat melhorar...

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História Oral
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Comentários

#1

Agora sim, Simone! Isso sim é história oral!

Achei muito legal os silêncios. Tornou o ritmo da entrevista mais suave, dando tempo para entrevistada se lembrar. 

Ela contou uma série de histórias que demonstram a sua rede de afetos, formada essencialmente pelos membros da família. Qualquer tecnologia que entre na vida dela vai ser usada para suportar a troca de afetos nessa rede. 

  • Ela usa o telefone para falar com os irmãos
  • Ela usa o MSN pra falar com os filhos
  • Ela usa panela elétrica para fazer o almoço de domingo

Ela não usa a tecnologia pela tecnologia. Não existe uma curiosidade nesse sentido. O que ela não precisa, ela não sabe usar. Se tiver interesse, aí ela aprende. 

Isso desafia um dos preconceitos que iniciamos com a pesquisa e que ainda parece estar presente nas suas perguntas: a pressuposição de que os idosos não usam novas tecnologias porque é muito difícil. Você pergunta várias vezes o que é fácil e difícil. Mas ela diz que: "se precisar aprender, eu aprendo. Não aprendo porque não tenho interesse. Sabe como é... tem quem faça."

Então acho interessante explorar mais porque ela não tem o interesse. Será que é uma questão de que os produtos não demonstram o que pode ser feito? Será que eles não tem utilidade mesmo? Como ela faz pra perceber isso? Talvez na próxima sessão você pudesse explorar mais essa relação. Pedir a ela que mostre esses produtos eletrônicos, o que ela costuma usar e para quê. Seria muito bom se você pudesse filmar ou pelo menos fotografar essas demonstrações. 

Antes disso, talvez vocês achem interessante explorar mais essa rede de afetos e talvez até desenhar uns mapas relacionando à distribuição geográfica. Ou talvez um mapa da casa dela. Veja a parte sobre mapa afetivo que levantamos para o TCC do Gonzatto. 

Muito boa a pergunta: "o que você acha que você se sentiria mais segura." E caramba, a resposta dela é exatamente a solução que o Rafael usou com o avô dele: criar os ícones de atalhos, ao invés de Word é "Escrever Texto". Rafael, cadê o post contando a história?

E você Simone, o que achou interessante na entrevista? 

#2

Bacana Simo! 

Algumas notações:

#Mapa Afetivo
Um mapa afetivo com os espaços afetivos da casa será uma boa!
 
#Pragmatismo
A visão dela de como o computador deveria ser para ela "Passar as Fotos" é bem aquela questão pragmática trabalhada para meu avô.
"...Ícones mais direto!"
"Para fazer isso é aqui!"
"Eu não sei organizar meu computador" Como que ela imagina que deve ser organizado o computador? Como uma faxina na casa? Como uma organização pós-mudança?
 
#Medo
Também já me senti um usuário com medo de errar/estragar no começo, não consigo lembrar o que me fez perder o medo, mas sei que teve uma época que eu mechia em muita coisa que não fazia ideia do que era e poucas vezes deu algum problema.
 
#Uso do Telefone
Outro ponto que temos para analisar é a segurança/praticidade que ela sente quando conversa pelo telefone (na compra, com os irmãos, com a filha durante a noite).
 
#Aprendizado
Essa questão de aprender somente quando ela sentir necessidade de usar, demonstra que eles não querem explorar as tecnologias. Por que? Será que ela não é interessante o suficiente pra isso?
 
#Reunião com os Irmãos
Será que o que os irmãos fazem quando se reúnem para o chá no sabado na casa da mãe ou para o almoço do domingo?
 
#A bicicleta
Achei interessante e reforço aqui o momento que ela comentou que o sonho dela era de ganhar uma bicicleta, mas que só teve depois que começou a trabalhar.
 
Estamos caminhando na linha com o método Fred?
Tenho um vizinho e meu avô para aplicar a história oral.
Pretendo fazer isso na proxima semana, assim como tambem publicar o post sobre as adaptações no computador do meu avô.

#3

Eu acho que está indo muito bem Rafael! O lance é fazer mais entrevistas e ver o que aparece.

#4

Alguns pontos que achei interessante:

- O fato dela fazer compra vendo programa de tv shoptime (pelo telefone), mas nunca comprar pela internet porque se sente mais segura conversando com a pessoa. Mesmo sabendo que seus filhos e marido compram pela internet, até citou alguns sites (Shoptime, Submarino, Lojas Americanas, Ponto Frio);

- Ela tem medo de fazer transação online e alguma coisa dar errada;

Analisando esses dois pontos dá para ver que ela se sente mais confortáveis utilizando a TV, mas não dá para esquecer do fator humano pois ela citou que a segurança era que estava FALANDO com uma pessoa na outra linha, assim a chance de fazer algo errado era bem menor.

- Falta de interesse em aprender as coisas, mas aprende somente quando PRECISA.

Dificuldades

- Ressaltou no final que precisa aprender a mexer com fotos, gravar cd/dvd... mas que por enquanto os filhos fazem para ela.
- Microondas ela tem muita dificuldade, só utiliza para esquentar.
- A televisão tem muitos recursos inclusive Internet, mas não usa porque precisa comprar um aparelho. Somente para ver programas e filmes.
- Tem dificuldades com o celular, só utiliza para receber e fazer chamadas, tirar fotos... não se interessou em aprender.
- Gostaria de ficar na internet pela TV, porque não tem laptop... somente computador de "tubo" em casa.
- Antes se comunicava com a filha pelo msn e e-mail, mas com as promocoes das operadoras começou a utilizar o telefone.
 

Fred terminei de fazer a Ficha Biográfica e vou compartilhar com vocês, pois está no google docs. Assim teremos os fatos mais significativos para nossa análise no final das entrevistas.

#5

Conforme a História Oral realizada com a Voeli e avaliando os dados, foi identificado a dificuldade de  entender a organização do computador (suas pastas).  Com isso realizei uma entrevista focando nesse assunto, para entender e compreender a dificuldade da entrevistada.

#6

Dado prosseguimento na entrevista, ela comentou sobre o interesse das pessoas mais velhas (dela e no geral).

#7

Conversei com a Voeli sobre a idéia da TV. Segue a entrevista e opinião dela.

#8

Veja Simone, essas 3 últimas entrevistas já não são mais história oral. Você parece muito preocupada em colher depoimentos que sustentem sua idéia de conferência via televisão do que em colher histórias de interesse do entrevistado. Embora você tente não colocar palavras na boca da entrevistada, isso acontece diversas vezes. Por exemplo:

"Como você faria pra controlar a televisão? Controle remoto ou um dispositivo touch?

Se tivesse perguntado mais abrangente ela não teria ficado tão presa no controle remoto, que é algo familiar. 

Eu acredito que você não precise dessa validação do conceito que está buscando. Mesmo que os entrevistados digam que gostaram da sua idéia, isso não significa que eles usariam. O Steve Jobs dizia: "Não se pode pergunta ao usuário o que ele quer. Ele não vai saber dizer. Você é que tem que mostrar algo pra ele."

Mas aí como garantir que a idéia é boa? Você usa as evidências que encontrou nas histórias. Já é mais do que suficiente você dizer que decidiu investir na televisão porque é um dispositivo que os idosos estão familiarizados. Não há necessidade de perguntar isso pra eles. 

O que vale à pena perguntar são as questões relativas ao contexto social que esse dispositivo vai mediar. Você parece bem preocupada que seu conceito seja mais fácil de usar do que outros dispositivos. Mas pelas evidências nas entrevistas, fica claro que isso não é um argumento suficiente para convencer o idoso a usar. Lembre-se que todos comentaram que só não usam por falta de interesse, que se precisar aprender, eles aprendem. Não é a facilidade de uso que vai atrair o idoso, mas a utilidade. A possibilidade de fazer algo.

Daí valeria à pena perguntar mais sobre as questões que apareceram na entrevista com a Sonia.

Um conceito que me parece promissor é a idéia de assistir a novela junto com outros familiares. Lembra o projeto Vídeos Sociais, que acabou sendo implementado de certa forma pelo Google Hangout (que parece uma boa idéia mas como não está integrado com o Youtube, não funciona). 

Se você quer continuar com esse conceito e não explorar outros, então talvez a história oral já não seja o método mais indicado pra continuar. A fantasia direcionada será muito mais produtiva pra você. Você senta o usuário na frente da TV desligada, dá um controle remoto e pede pra imaginar como seria a interação. É importante deixá-lo à vontade e não impor o seus conceitos, deixar que ele diga como seria. Um aquecimento seria necessário pois nem todo mundo tem essa capacidade de imaginação. Gostei do uso da analogia do guarda-roupa, talvez seja por aí mesmo. 

A fantasia direcionada é boa pra geração de idéias, mas se o seu objetivo é validar, então é melhor fazer um teste com um protótipo. Se a televisão da usuária for recente, deve ser possível plugar um computador nela e abrir o Skype ali. Seria possível analizar o que aconteceria se a pessoa pudesse alternar o Skype e o canal de televisão ao mesmo tempo. 

#10

Não decidimos que será a TV, pois ainda não consegui conversar com o Daron sobre essa idéia e acho que podemos explorar com mais pesquisa para ter a decisão final, acho que está faltando foco mesmo... e um pouco de experiência (em fazer esse tipo de pesquisa), mas vamos lá que a gente consegue.

Na verdade eu quis mesmo aproveitar que ela estava aqui em Curitiba e perguntar sobre várias coisas (entrevista mesmo), pois só vou vê-la novamente depois do carnaval, aproveitando a idéia da TV, pois era a única que eu tinha em mente. Mas foi importante suas considerações, assim não foco tanto nisso agora.

Para dar seguimento a historia oral agora teria que ser mais focada, para não repetir as perguntas e ouvir as mesmas coisas. Mas vamos conversar sobre isso.

#9

Acredito que da forma que estamos fazendo estamos induzindo nossos entrevistados e talvez fugindo um pouco do objetivo da História Oral.

Também acredito que mudar o método agora não é o momento.

Hoje fiz a leitura de um post do Fred  (Projetar para o passado - http://corais.org/anovainteracao/node/843#comment-form)

Gostei muito do que o Fred escreveu e concordo que se tentarmos projetar algo para o passado podemos ter mais sucesso com o público que estamos entrevistando.

O futuro que estamos tentando projetar não foge de recursos que já temos hoje, talvez melhorados, mas não foge.

A reunião de hoje será bem importante, podemos discutir melhor esta idéia.

O que acham?